Aos pedaços, pois, juntamos o senso comum e transformamos em
palavras, frases, pensamentos, enquanto o mundo real traspassa a alma e
parecemos desconhecer completamente a impossibilidade que temos de fazer desses
gestos histórias contadas aos pedaços. São luzeiros os quais insistimos
transmitir aos que andam pelos mesmos momentos que a gente, pura intenção de
romper as barreiras solitárias dessa cápsula que ocupamos durante alguns
lapsos, fugitivos da realidade maior que nos envolve no seu manto tenebroso de
momentos fugidios e fases de lua. Nisso transferimos ao leu a vontade imensa de
querer dominar o presente e fazer dele algo de outro significado além do que
tantos falam e poucos escutam através de literatura, mãe do silêncio absoluto nas
bibliotecas largadas ao escuro de prédios imensos, solitários, abandonados.
Isto desse impulso que persistirá depois de todos de agora
terem sumido na escuridão das horas que se vão numa velocidade constante.
Máquinas de permanecer dentro de si, os humanos transferem à sorte o dever de
achar o destino a que vieram. Dormem sobre pedras e fiam o cordão do Infinito
com fiapos nascidos nas dores do coração. Padecem da ânsia incontida de permanecer
naquilo que nem sabem ainda a que vieram.
Horas a fio, portanto, o texto desliza qual rio de gestos de
um eu que nunca desiste de continuar intacto durante as marchas das estações,
séculos de consciências esquecidas. Ferem florestas inteiras da ausência,
pelejando fixar sementes inesperadas de saudade, sonhos de esperança, quase que
também desconhecendo o que sejam, mas que nunca desistem de refazer os planos
de salvação que carregam consigo neste mar da vontade sem limite de adormecer
nos braços da Eternidade quais seres definitivos que tanto buscaram ser, nas
páginas livres dessas histórias que quiseram contar e que lhes escaparam das
mãos. Só um laivo de certeza, no entanto, sobrevive na boca seca dos que
alimentam a existência que vive para sempre nas entranhas e nos pensamentos.
Obrigada, amigo, por mais este pedacinho de suas preciosas produções!!
ResponderExcluirBoa, serena e profunda reflexão! Sempre é hora de acordar!
ResponderExcluirMaravilha rapaz. Você sabe o que faz. Parabéns Emerson.
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