São marcas profundas largadas no abismo das noites, a impor condições de compreender o mistério íntimo de existir. Vêm de longe, das quebradas de dentro do sono, e trazem respostas, e mostram o futuro. Lições claras da gente com a gente mesma, eles revelam os segredos monumentais por vezes aguardados de séculos. Oferecem respostas aos enigmas da Criação nos que disso buscam conhecer. Esse universo, um outro, mora, pois, na essência do ser lá onde habitamos pelos infinitos desconhecidos. Nalgumas horas, meras fantasias destituídas de sentido. Noutras, filmes claros daquilo que queremos descobrir. Eles, os sonhos, credos definitivos das almas em contrição.
De tanto esperar, esse dia lá certa feita chega aos
sussurros no tanto do que precisávamos do seguimento das vidas. Revelações
tonitruantes, acalmam, emudecem dúvidas e determinam destinos. Eles, os sonhos.
Quando acordamos, assim como a luz não dobra esquinas,
queremos lembrar os sonhos, mas eles teimosamente se perdem na bruma das
memórias apagadas e fogem quais entes sombrios encapuzados. Disfarçam seus
conteúdos e nos abandonam, feitos amigos só de véspera. Quanto mais corremos à
sua procura, mais desaparecem, fantasmas insistentes de sustentar em sigilo
aquilo que há pouco revelaram. Carl G. Jung orienta que devemos escrever logo
na hora os sonhos, que daí virá o hábito de lembrá-los com frequência.
Existem os sonhos menores, ligados ao dia-a-dia das
preocupações da rotina, quais fragmentos de tempo recente. Porém existem os
sonhos maiores, os espirituais, que cuidam de transmitir largas notícias de
outros planos, que auxiliam na interpretação dos sentimentos e das verdadeiras
emoções, dos planos além da carne, a demonstrar inéditos conteúdos até então
desconhecidos.
Esses são os sonhos fundamentais, os que merecem atenção e
respeito, no crescendo da evolução individual. Portas abertas à compreensão da
sacralidade, neles decodificamos os valores principais de tudo que nos faz
tocar adiante e dar o sentido de tudo quanto há.
Como sempre, você consegue dizer o que pensa de uma maneira "sui generis". Nunca será demais afirmar que gosto dos seus escritos.
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