São essas as tais linhas do tempo de que falam pesquisadores da personalidade. Variações intermináveis de valores, humores, sonhos, ideias, desejos, intenções, interesses e práticas, que andam à nossa frente feitos mentores desses nós, invés de nós sermos senhores delas. Tais barcos voltados a ler o passado, isto na velocidade estonteante do viver, marcamos no tempo nossas metas imaginárias, e tangemos essas criaturas do ser que somos e fomos, à busca do destino através das consciências, elas que oferecem meios parciais de acompanhar o processo, entretanto submetidos ao mar dos acontecimentos indomáveis. Às vezes, lampejos e lembranças de haver passado ali naqueles lugares e vivido aquelas situações, o que deixa entrever as possibilidades de lá um dia descobrir de vez as linhas que conduzem as cenas, ainda que de forma hoje nebulosa e, desde então, dominar o eterno e conter o fugidio.
Quando pudermos, pois, chegar a tanto, o processo da compreensão, a lucidez que impera nos bastidores daquelas memórias, seremos parceiros do Desconhecido e senhores desses nós que hoje apenas parecemos ser e que deslizam assustados nas correntezas do Universo, sujeitos de tremores e temores, pequenos seres que, trazidos a dia sem maiores explicações, contudo dependem absolutos da própria evolução e crescimento. Nalguns menos, noutros mais claros, os instantes de percepção dormem, todavia, restritos a fatores climáticos, históricos, sociais, culturais e afins, que gradualmente, pausadamente, invadem o ser de aonde iremos sobreviver.
Viajantes do tempo, átomos da Eternidade e das luzes nas consciências, singramos a trilha dos destinos feitos ramos da árvore do firmamento, e sofremos, e sorrimos, em sonhos ou de olhos abertos, depositários dos segredos demonstrados nas estrelas e desvendados no abismo sagrado das nossas frágeis mãos.
(Ilustração: http://despertarcoletivo.com/geometria-sagrada-o-significado-da-espiral).
indo, vindo e as vezes até vendo...
ResponderExcluiralguns mais, ou mais ou menos
nesse peristaltismo mental, porque tudo é (as vezes nem sendo).
somos? fomos?
se fomos não somos;
e o passado passeia, veloz ou não, no texto nave, que passeia pelo passado, ainda passando.
muito bom de ler/pensar.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirTexto muito característico com a nossa vida, como um rio, que jamais tocaremos a mesma água que na cascata deságua. O que fomos, o que somos, o que seremos é um enigma que não temos controle. Só o tempo nos trará estas respostas . E estes “ eus” é consequência do que recemos, do que oferecemos aos aos outros. Retroalimentação. Faz parte. Um abraço.
ResponderExcluirEEViajantes do tempo, átomos da Eternidade e das luzes nas consciências, singramos a trilha dos destinos feitos ramos da árvore do firmamento, e sofremos, e sorrimos, em sonhos ou de olhos abertos, depositários dos segredos demonstrados nas estrelas e desvendados no abismo sagrado das nossas frágeis mãos.
ResponderExcluirTexto leve, de fácil interpretação o que torna agradável a leitura. Parabéns. Abraço carinhoso ao amigo escrito Emerson Monteiro.
ResponderExcluir⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
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