sábado, 15 de dezembro de 2018

As fronteiras do inútil

Ao abrir a janela e ver o sol da manhã em cores e formas luminosas, e ouvir pássaros e cigarras em festa, logo vem o transcorrer dos tempos nos dias atuais de tanta ansiedade e correria, a busca de sobreviver aos fatores da história. Desde lá dos inícios que assim vem a correnteza das vidas. Sobreviver, viver além, mais dias menos dias, à cata de trabalho e acomodação, no desgaste natural de tudo quanto cabe na imaginação. 

A certeza de procurar meios positivos de observar isso e aceitar as peripécias, no entanto tratar de fazer uma avaliação nos modos de operar deste chão. A perseguição insana de juntar fortunas, só garantir o passado a qualquer custo, o que virou mania sórdida de perseguição da geração de cobaias do Destino. Perseguir os dias nos dias, arrancar da coletividade o sustento, longe dos frutos podres que deixam a estrada perdida. Lobos famintos de ideias, ética e moralidade; que viram elementos de praticas indecentes; turba de bichos racionais irracionais, que manipulam fórmulas esdrúxulas de superar a troco de propinas e uma consciência largada ao lixo, imundos restos de banquetes impuros.

Daí chegar a isso de examinar que estamos aqui cuidando; feras feridas nos próprios laços que enxameiam desassossego a título de sucesso sórdido; toupeiras num mar de lama; ardilosos vadios do egoísmo. E peças encenadas a título de ganhar os prêmios da inutilidade.

Bom, essa gincana de humanoides à toa no pretexto da ignorância, que virou a corrida de tanta coragem e tanto esforço no mercado das almas e adquirir culpa, medo, fama, que há nisso, bem claro, a ausência de sentimento e coerência de propósitos, eu sei. Mas o que fazem doutro modo os que sabem que não deve ser? Eis uma pergunta aos senhores da liberdade que exterminam e exercitam sem responsabilidade o dom da sebedoria. 

Quase ao final da cena, tangemos o rebanho quais esquecidos aos sonhos e passageiros da agonia, dos motivos e das escolhas que sujeitam levar a nada, dourados e vazios, contudo sempre na busca da Paz.

(Ilustração: Colagem de Emerson Monteiro).

2 comentários:

  1. Seu texto é muito rico, mas é a sua visão no contexto do universo e das responsabilidades para consigo e com os outros. Quando nos comprometemos com as pessoas temos que fazer a nossa parte, sem agonia, sem ganância , mas com responsabilidade. Esta a minha visão no universo em que vivemos. Parabéns pelo seu texto apesar de concordar em parte com o seu ponto de vista. Um carinhoso abraço. Emerson Monteiro , escritor.

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  2. Bom eu acho que não assimilei a essência do que você escreveu, você condena que busca um sonho? Você discorda de quem enfrenta os desafio da vida na busca de sua realização ?

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