segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Imaginação ativa

Outro dia falávamos da imprevisibilidade quanto aos dias futuros, nem sempre a realidade real daquilo que se espera diante das limitações de todos nós. Isso, no entanto, passível de alguns acertos, face ao que conhecemos das filosofias e artes divinatórias, do esforço dos tantos que gastam tempo a fazer elucubrações e largas considerações dos dias porvindouros; decerto arriscam vaticinar e correr o risco de cumprir papéis proféticos sem fundamento, que a isto lhes cabem as circunstâncias, os reinos onde habitam, as cortes que frequentam. Mas, grosso modo, ganham fama, preenchem o espaço entre o juízo e as gerações, acalmam as rimas dos poetas e vencem a monotonia das horas que se aproximam.

Há, contudo, noutro campo, os avatares messiânicos dos povos, que, estes, sim, chegam previstos nas escrituras sagradas e detêm a força das revelações, os quais trazem consigo a função de nortear a multidão nos séculos, carente de consciência a fim de posicionar as civilizações pelos dias seguintes. Nessas personalidades predomina o místico na forma e na prática do Absoluto. Bem mais do que apenas humanos, significam a plenitude dos seres iluminados e parceiros da Eternidade. 

A distância, entretanto, desses e nós demanda infinitas transformações morais, nada que seja de todo impossível, todavia exigem renúncia através da caridade e da humildade, visando, sobremodo, vencer a matéria bruta e nos aproximar do divino aprimoramento, domar o egoísmo e o orgulho, e crescer nos passos continuados das vidas sucessivas. Eis, em suma, uma transação interior das criaturas humanas, o seguimento de transcender a matéria e galgar padrões espirituais, na busca da felicidade perene; a isto nos encontramos aqui, face a face conosco mesmos, mentores do que resta cumprir nas existências. Conquanto vivamos ainda as limitações deste chão, já dispomos do direito fundamental de reger o destino e desvendar a luz que em nós existe, razão de tocarmos adiante esta longa caminhada e construir um novo Ser que vive em nós. 

Um comentário:

  1. Todos nós temos o livre arbítrio para escolher os nossos destinos, se é que podemos escolher os nossos destinos, muitas vezes o destino nos reserva surpresas que não estavam escritas em nosso script. E aí o que fazemos ? Nada. Vida que segue. Um abraço .

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