quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Novas histórias de Seu Lunga

Exemplo nordestino de tolerância zero, Seu Lunga chegou ao balcão de uma oficina de motores carregando nas mãos a bomba de água da sua residência. Antes de qualquer abordagem do freguês, o funcionário acha logo de  perguntar:

- Sim, Seu Lunga, trouxe a bomba da cisterna para fazer o conserto?!

De cenho grave, o sertanejo nem deixa esfriar a indagação antecipada e retribuiu em cima da bucha:

- Não, não, nada de conserto. É que a bichinha estava se sentindo muito só e eu trouxe pra ela dar um volta na cidade.

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Noutra ocasião, na Rodoviária de Juazeiro do Norte, já instalado em ônibus rumo a Fortaleza, quando entra cidadão apressado à busca de localizar a poltrona que adquirira, e vê lugar vazio bem ao lado de Lunga. Reconheceu o comerciante e perguntou:

- Tem alguém sentado aqui, Seu Lunga?

O tradicional personagem nem levantou a vista e revidou:

- Se tiver alguém aí eu estou ficando cego, porque não vejo ninguém nessa cadeira – e nisso fechou de vez a cara diante do recém chegado.

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Ao chegar numa oficina mecânica na intenção de reparar algum defeito no carro e após descrever o desempenho do veículo da sua propriedade, Lunga ouviu do profissional a indagação que mexeu com os brios:

- E o desempenho do motor, seu carro tem algum barulho estranho? Ele ronca?

Nessa hora é quando lhe reviram as químicas orgânicas, respondendo com naturalidade:

- Se ele ronca eu sei, nunca ouvi, pois enquanto ele dorme na garagem eu fico lá no quarto dentro da casa, longe que nem escuto nada nada lá fora.

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O célebre personagem do anedotário caririense encontrou amigo numa das ruas de Juazeiro, e esse que quis saber mais do seu passado mais recente:

- E aí, Lunga, por onde o senhor anda esses tempos? Dessa vez demorei a lhe rever...

- Eu? Ando só pelo chão mesmo, pois até agora não aprendi a voar, nem pretendo! 

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