quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Mundo vulgar

Onde tudo virou peça descartável e as pessoas já andam desconfiadas de que há dúvida não resolvida nas entranhas dos problemas. As instituições arrastam as patas no lodaçal das notícias diárias. Líderes, o que era bom e necessário, passaram aos investidores de bolsa quais outros quaisquer. A satisfação da existência neste chão pede transformações urgentes. Espécie de mal estar de civilização obsoleta, correr de quê e pra onde pouco importa. Cólica, preguiça de viver, parecer querer dominar a boca do estômago dessas quadras bicudas, cinzentas.


Esse humor anda nas ruas, nas largas avenidas de oito pistas, nos carros climatizados e lentos, presos aos enxames do asfalto. Nisso, as televisões controlam a massa humana de olhos fundos e bocas amargas. Assustariam mesmo os profetas que disseram que o mundo chegou a isso, emenda pior que o soneto, e muito.

Bom, mas o que interessa de verdade são as respostas siderais desse drama localizado no Planeta Azul que rola no firmamento longe de compreender a que se destina.

Querer as soluções significa pedido inevitável perante a fome desleixada dos políticos e outros donatários do poder temporal. Ninguém quer a responsabilidade que lhe cabe e buscou no contexto das massas. Clamor de indivíduos românticos isolados em grupos e ilhas, nas chamadas redes sociais, ganham corpo, contudo semelhantes a ídolos de filmes antigos. Por vezes até que aventuram sair nas praças, pintar a cara e carregar panfletos e faixas, agitar e crescer, e logo somem nos dias seguintes.

Reino da idolatria essa fase mercantil, os seres andam pelos shoppings de olhos vermelhos, assustados, explodem nos shows de rock e ocupam as academias de fisioculturismo, entretanto presos de desejos e guardados sob as nuvens que passam lá no céu à espera das chuvas. 

Quem quer fazer diferente a deve mergulhar nas entranhas da Besta e reviver na pele da alma os sonhos dos lendários da luz em volta das fogueiras acesas em luas da imaginação adormecida. As máquinas venceram e, agora, somos seres livres.

Nenhum comentário:

Postar um comentário