as emoções deixadas, escondidas em seguida ao despertar. Quase em tom de traquinice, esquecemos os sonhos. Ou eles nos esquecem, feitos saltimbancos brincalhões que só regressam nas noites seguintes. Trarão de volta a logística de pregar novas peças. A gente tem certeza que viu a luz dobrar as esquinas, mas luta de lembrar, e raramente vence o esquecimento. Ainda assim, ficam as sensações, os sinais, avisos. Quando bons, melhor.
Esse Inconsciente consciente mora conosco, vive as 24 horas conosco, no entanto nós não dominamos suas histórias. Elas nascem, crescem, nos levam aos lugares, contudo dominam e não as dominamos. A frustração do sensacionalismo vem disso, da ausência de concretização desse domínio sonhado que pertence a outro, ao desenrolar dos acontecimentos. Nossa parcela é mínima de participação. Quais folhas ao vento, vencemos as etapas do desconhecimento e contamos peças que sobram de cada momento, as imagens do sonho da existência. Cavaleiros andantes, aventureiros da sorte, andarilhos da solidão, aqui tangemos o rebanho das horas. Heróis da busca incessante de realização pessoal, vivemos, habitamos o todo invisível.
Porém um mundo envolve o mundo visível, e vem dele o quanto acontece em volta. Tantas vezes olhamos a paisagem, e sabemos ser apenas a aparência do que na verdade se desenvolve no íntimo do mistério. Somos, pois, atores de peças de que nem conhecemos o enredo, o texto, o diretor, e encenamos num teatro que enche e esvazia à medida do tempo. Vem e vão as gerações, e com elas os momentos.
Quais testemunhas da realidade abstrata das abstrações, sem dela conhecer ou dominar, participamos ativos das somas finais de Tudo, parceiros da construção das maravilhas do Infinito.
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