Desta vez, dizer do poder inimaginável do fator Tempo, sujeito/objeto inevitável onde haja existência. Esse ritmo constante do coração das pessoas, dos animais, átomos, águas, nuvens que deslizam pelo céu; dos motores, das batidas de conjuntos musicais, relógios e horas, em tudo por tudo a eterna continuação das máquinas infinitas a comandar o sistema universal, toque de extremos que se encontram sem jamais fugir da linha imaginária dos córregos, rios e praias infinitas da constância. Lá onde persista a sobrevivência do movimento vital, ali dormirá acordado o pulsar essencial das tramas, na cortina que envolve os berços.
Em profunda reverência, o tom festivo das melodias qual quem talha as molduras de quadros monumentais, ali os cuidados da criação elege resultados mil de impressões definitivas numa saudade que vem e volta. Gravações de páginas divinas, o Tempo mexe na gente lá por dentro, contando das buscas inevitáveis do momento seguinte, aspiração dos que precisam tocar as caravelas do destino aos portos temporários da felicidade.
Quando menos importa, despertamos outra vez ao sabor dos sonhos e andamos algumas braças mais, nessa jornada pela obtenção de novos amores, na intenção forte dos desejos maiores que nós, sabores guardados na imaginação da procura.
Ninguém fugirá, pois, à marcação dos calendários da sombra que acompanha todo passo, irmã gêmea da presença no seio das criaturas, caldo grosso de metais derretidos na alma. Às vezes encapuçados de vaidades pegajosas, segue o peregrino rumo a intervalos que contam só das travessuras do Tempo nos riscos da pele, cicatrizes e rugas que lhe compõem a história lavrada de perdidas atitudes. E os dias revelarão o sentido da reverência ao herói de todos os labirintos, deus da Verdade absoluta. Ele, Tempo Rei em tudo quanto há.
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