Certa vez, uma
princesa saiu a passear nas proximidades do palácio e acabou perdida em meio às
belezas da espessa floresta do lugar. Andou que andou até se sentir exausta,
quando avistou choupana simples e bonita. Dali veio chegando e empurrou a porta
da casa, que, com facilidade, se abriu. Chamou os moradores, contudo ninguém atenderia.
Cuidadosa, a princesa entrou na residência e ficou observando cada detalhe. A
poeira e o desalinho demonstravam que seus donos necessitavam de ajudam e logo
resolveu trabalhar a fim de por ordem nos móveis e objetos daquele estranho
ambiente.
Sem demora, varreu
cada cômodo, dobrou lençóis dos três minúsculos leitos que havia, lavou louça,
espanou e organizou tudo no lar pequeno e delicado. Durante bom tempo dedicou
atenções às tarefas, restando melhor interior da residência, sentindo nisso
alegre satisfação.
Quando terminou de
arrumar a casa, ouviu ruídos do lado de fora. Em seguida, três fadas luminosas
e saltitantes chegaram do que pareceu jornada longa, exaustiva. Escondida detrás
da porta, a jovem acompanhava as reações das pequeninas fadas. Admiradas, elas
comentavam:
- Quem lembrou a nossa
casa decerto merece um par de sapatos todo de ouro. Outra disse: - Um vestido
de ouro, também. Enquanto a terceira acrescentou: - E pulseira bela de ouro a
lhe completar os presentes.
Assustada com aquilo,
a princesa buscou fugir da residência misteriosa. Já ia andando pelos caminhos
da floresta quando notou que os desejos que da fadas ouvira agora mostravam
seus efeitos, pois levava consigo as riquezas oferecidas pelas fadas
agradecidas.
Com pouco esforço, chegaria
ao palácio e quem primeiro lhe observou os presentes ricos que recebera foi a
rainha mãe, que depois contaria à irmã da princesa, de índole cimenta e ambiciosa.
Ardendo de curiosidade, esta quis saber o jeito de a irmã receber tão ricos mimos.
No dia seguinte, ainda
com escuro, a outra princesa saiu em procura da casa das fadas. Carregava
consigo vontade enorme de receber caros presentes. Lá na mesma residência,
empurrou a porta e entrou agoniada. Quando mais quis auxiliar nas tarefas de
limpar e arrumar as peças do ambiente, obtinha piores resultados, desorganizando
sem habilidade, destruindo o que avistava pela frente. No final, deixou tudo em
completa desordem, trens, móveis e roupas revirados pelos cantos.
Procurou esconderijo e
ficou à espera das fadas, que não demoraram.
Ao verem o desmantelo
do lugar, uma considerou: - Quem fez isso merecerá escamas grosseiras no corpo
inteiro. A segunda, abusada, falou: - Cascos de cabra em vez de pés nessa
desatenta. Enquanto a terceira fada arrematou: - E uns chifres de bode no alto
da testa.
Em fuga, a outra
princesa sairia dali carregando no corpo os sinais do que acabara de receber de
quem vivia na habitação esquisita.
Quando lembrar essa história, caro
(a) leitor (a), se motive a ser mais cuidadoso (a) e deixar a preguiça de lado,
e seja assim mais feliz.
Obs.: História ouvida de Maria
Gisleide Martiniano.
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