quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Ocidente e Oriente


Às vezes, examino a distância imensa que há entre essas duas metades da laranja e considero quanto ainda vivem afastadas. O Sol surge primeiro lá no Oriente. De lá vieram os principais mestres da nossa história conhecida. A Luz cresceu vinda do Nascente, esse Oriente. Krishna. Gautama. Jesus.  Maomé. Outros mais e tão valiosos quanto.

Passados milênios, que resposta dá o Ocidente aos ensinos desses mestres; guerras, invasões, destruição das culturas, exploração de recursos naturais, da mão de obra barata, tecnologias milenares, religiões. Ocidente mercantilista e predador que retribui as lições do aprendizado na forma da violência, do consumismo exacerbado, da ganância imperializante.

Quando perdido nas suas aspirações coloniais, ali vieram as Cruzadas delituosas; depois, a descoberta do Caminho das Índias, o colonialismo inglês, francês, norte-americano.  E o Oriente resistiu bravamente a todos os botes desse discípulo infiel ocidental.

Essa fome de ouro e pedras preciosas insistiu, no entanto, em dominar o mundo. Juntar fortuna nos museus, cidades enegrecidas de sangue coagulado nas paredes arcaicas. Cultura que é bom em nada representa quanto ao que abocanham dos povos orientais. Racionalismo precário sobra disso nas marcas largadas nas instituições, dons quixotes abestalhados, vadios, patologia escura, mancha negra de aves de rapina, o que melhor representa o discípulo que buscavam a sabedoria das culturas milenárias.

E nunca se esquecem de lembrar que a Luz vem do Oriente e circula a Terra... Varre a ignorância das noites, e a treva das sombras espanta e circula o poder da consciência...

A insistência dos ocidentais, porém, pragmatiza aquilo em que toca feito Rei Mitrídates, que tornava de ouro os objetos em que pegava. Espécie de fatalidade crônica, fruto das indústrias que causam riquezas, mas as riquezas entristecem nos resultados das ações. Monstro devorador insaciável, o sonho da Paz coletiva adormece as longas noites, a clarear de manhã nas luzes orientais. A pretensão da medita do ter virou a maldição do ferreiro: Quando tem carvão, falta ferro. Quando tem ferro, falta carvão. Tantos meios de aprender da boa educação e tanta aflição para juntar na barriga da besta a obesidade dessa fome dolorosa.

Contudo, a todo dia nasce de novo o Sol, claridade que orienta e conduz.

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