Das coisas que desenvolvem a alma,
o ato de ler se destaca com amplas vantagens. Pois isto amplia o universo da
compreensão e acelera a formulação do pensamento, nas diversas circunstâncias
do viver. Após a aquisição da habilidade da escrita, o estudante crescerá à
proporção em que aplicar seus momentos na mineração dos textos, para preencher
vazios de raciocínio quantos aos diversos temas de que necessita.
Quem pretende adquirir maior
capacidade de comunicação, na fala ou na escrita, deve ler com fervor. Através
da leitura, chega o conhecimento de palavras novas, da regras gramaticais, do
discurso. Andar pelos conteúdos elaborados por outros significa navegar mares e
penetrar florestas até então desconhecidos. Com isso, a fluência mais cedo ou
mais tarde apresentará suas virtudes e proporcionará sabores deliciosos ao
sentido da busca interior.
O progresso acelerou e consolidou-se
à medida que as nações adotaram os méritos da escrita. Daí o divisor entre
povos iletrados e letrados no decorrer da história da raça humana. Numa
comparação atualizada, a revolução ocasionada pela invenção da escrita equivale
à adoção verificada, nestes recentes quinze anos, do uso do computador
doméstico, que impulsiona reviravolta mental jamais prevista pelos férteis visionários
do passado.
No entanto em cima disto cabem
algumas considerações. Ainda que pareça contraditório, existem criaturas que
sabem ler e não lêem. Os chamados analfabetos estruturais. Chegaram com sede ao
pé do pote e não estendem os braços e pegam o copo para beber água pura, tais crianças
que se esquecem de movimentar os brinquedos ganhos com alegria. Passam fome diante
dos pomares da cultura, quais inocentes em si desavisados.
O escritor Moacyr
Scliar disse que a leitura deveria ser
tratada como uma questão de saúde pública, porquanto abre os horizontes e
disponibiliza um leque de possibilidades, de compreensão do mundo. Com isso
concluímos a dizer que sabe com todas as letras o valor da boa leitura quem sempre
exercita este penhor, adquirido com sacrifício no instante da alfabetização,
sonho de todos e real concretização de poucos.
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