terça-feira, 16 de outubro de 2012

Quem pariu Mateu que balance




Isso de querer mudar o mundo apenas com a cara e a coragem caiu de moda. De boas intenções anda cheio o Inferno dos entretantos das leis eternas, imutáveis, que a tudo domina e impõe produtos inevitáveis. Quem plantar espinho espinhos colherá, dizer firme dos profetas. Por que, então, a preocupação excessiva de impedir o inevitável?

Andar olhando as paisagens de sacos plásticos voando no vento e querer transmudar o processo industrial que virou mania diante dos olhos embevecidos dessas gerações mais recentes ora formatizadas. Ânsias ansiadas ardem os olhos dos bem intencionados, conquanto impotentes para reaver a caligrafia de tempos possessivos das mães vendidas a preço de batata nos mercados da indignidade que sobe sacadas de palácios sob discursos empresariais de horas mortas.

Ficar só observando ao longe voos dessas aves a desenharem céus de trajetórias e ganância pouco importa no termo das soluções, porém o passo dos atores exigirá respostas do Universo sideral. Não há que de se preocupar com o andamento do drama monumental que pesa na balança quais fogos de artifício que acenderam as feéricas comemorações.

Bem assim todo tempo, no seguir das ondas do mar de sargaços amolados. Atônitos, palhas secas no vento, fagulhas em fuga de fogueiras, riscos de giz na água, que cruzam o ar nos diversos modelos da experiência do Eu eterno que nós somos. Peças das existências sobre o tabuleiro que mexe nos nossos pés, determinações do Paraíso em chamas.

Ninguém melhor do que ninguém calculará o número das aves de arribação das secas das esperanças vadias. Falam até numa crise da democracia representativa no Brasil, sem, contudo, apresentarem grande sacação, vez que as massas continuam livres, no rumo do aperfeiçoamento das instituições oficiais criadas para legitimar o processo no decorrer da história. Pedaços de destinos reunidos em velhas praças da Grécia Antiga, colhem os frutos do aprimoramento dos valores imortais.

Em tudo, este charme de lutar batalhas de suor humano em corpos comuns da multidão, árvores de quem viver verá tempos melhores. Nada de choro baixo por razões quaisquer; tudo passa, dissera antes. Composto de lições abertas, no horizonte dos encaminhamentos, pois. E ao vencedor, as batatas, resumiria judicioso Machado de Assis, em seu Quincas Borba. 

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