quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Diagnóstico dos tempos


Fala-se isso ou aquilo do que antes aconteceu neste chão dos reinos e reinos e doutras aventuras errantes a bordo de histórias esquecidas ou ainda lembradas dalgum jeito. Quais fragmentos, pois, de miragens e delírios, existem oásis de memórias alimentados no instinto de quem sobreviver a qualquer custo. Mesmo destituídos das certezas que ora carregam no bojo da alma, as espécies insistem continuar vidas a fio sob o signo dessas estações. Tais nuvens esparsas em longos trajetos no azul do céu, os minúsculos seres prevalecem ao fervor de antigas distâncias, de olhos fixos no quanto persistir, e recontam suas velhas atitudes dos a bem dizer iguais, no entanto meros segmentos de lendas deixadas pelos caminhos em forma de consequências.

Houvesse princípios inevitáveis e deixar-se-ia de querer tantas viagens pelos desertos da solidão individual e, de novo, permaneceriam extáticos, inertes, ao sol do meio-dia dessa epopeia de papeis e folhas atirados ao vento da sorte. Conquanto desejos alvoroçados de realizar sonhos, insistem viver ficções inimagináveis de ilusões e desencantos. Perguntam a si dos transes e das quantas possibilidades a sustentar barreiras imensas de guerras e vaidades, vilões de versões e vítimas dos próprios augúrios.

Nisto, é-se de quase tudo nessa luta de redistribuir riqueza e trabalho ao sabor dos instintos e das cores. Ao passo de escritas largadas fora, restam paragens harmoniosas ali abandonadas de filmes e livros, canções e louvores, numa marcha sem fim rumo à busca de valores ao crivo das eras que foram embora. Daí, desses entes que nascem dos dias fruto de palavras e objetos encravados pelos abismos só agora reunidos ao furor da necessidade, urge existir dalgum modo nalgum instante e no que quer que seja.

Assim, riscam o horizonte as primeiras luzes doutras transformações desde há milênios sustentadas pela continuidade, o que deveras satisfará, desde sempre, o poder avassalador doutras alturas lá de dentro dos mistérios, a corrigir de vez o trilho do Infinito às mãos de rotinas e formas jamais de longe imaginadas. 

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