quinta-feira, 12 de março de 2015

Algemas douradas

Um tema que insiste retornar à preocupação, por conta da monstruosidade que representa e das dificuldades que acarreta, são as drogas. Sobretudo pessoas jovens caem nas malhas do vício e nem a sapiente ciência moderna consegue demovê-las, convencê-las de largar a isca envenenada que mata pouco a pouco, destruidora de sonhos e animal feroz que a tudo devora. Junto com vários outros entraves da organização social, tal facilidade circula sorrateira nos antros comerciais da clandestinidade, invade lares, destrói famílias, suga a seiva da juventude, sem que quase ninguém ainda  descubra alternativas de solucione o drama.

Par a par com isso, o quadro representa continuação do espírito mercantilista da civilização contemporânea. Brincar de dominador e chegar ao poder pela porta dos fundos agrada com facilidade os invasores. De modo frio, cínico,  mercadores negros justificam no lucro a qualquer custo a fome de avançar, independente do preço pago por quem sofre ganância de canibais esfomeados. Coletar ganhos e levar a melhor, saciar desejos, sobreviver e juntar patrimônio; cifra, cifras, cifrões. 

Nenhum sentimento de remorso parece acordar a consciência dos tais predadores dos semelhantes, principais vítimas das próprias unhas afiadas e do apetite indomável que nutre os doentes senhores da conquista.

Adquirir riqueza por meio de jogos de azar, exploração da prostituição, da indústria e do comércio das armas e da guerra, no desespero das ruas assustadas, na insegurança do desemprego e da miséria, poluição e destruição irracional, eis a prática dos gigantes financeiros que cozinham gerações sucessivas, de gafo e faca em punhos, diante do balcão alucinado das metrópoles indiferentes.

Quadro dantesco serve, pois, de cenário ao turno artificial do momento geral. Fumaça, acrílicos, sirenes, burburinho de cidades monótonas, cálculos estruturais, pistas asfálticas, antenas, vídeos, câmeras ocultas, vazios, sinais avermelhados, tédio e solidão.

Pessoas aflitas, com isso detonam a máquina do cérebro no uso de drogas concentradas, sob o pretexto frouxo do prazer e da falta de saída. Nada justifica, no entanto, a providência suicida, que só representa deserção e covardia. Jamais fugir; lutar sempre e chegar às soluções. Nenhuma porta se abre a quem se perdeu no caminho. Em tudo, haverá os dois lados de ver a vida seus arrodeios. Dos animais, os humanos detêm, na própria face, a luz da certeza. 

Enquanto perguntas vagam pelo ar, o comboio vence obstáculos, guiado na esperança da cura em que fermentam sonhos reais de um futuro próspero. Mesmo que horizontes pareçam distantes, meios existem que os aproximam e indicam respostas positivas na luz da Esperança sadia.

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