quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Uma força misteriosa


Romance, uma palavra que lembra os tempos áureos da grande literatura e suas vertentes de variadas nuances, geração após geração, civilização após civilização, épicos períodos das sociedades guardadas em longas tiradas de felizes autores. O jeito de revelar o instante de cada povo, seus lugares, acontecimentos marcantes, imemoriais, ação ininterrupta e fértil, que depois geraria o campo magnânimo do cinema, em formidáveis e inesquecíveis superproduções, oráculo dos dias contemporâneos, ainda subaproveitado em toda sua potencialidade, sobretudo através da televisão, o monstro sagrado infiel da cultura.

Nisso, o tempo do romance jamais passará, porquanto transborda de força viva dos observadores que se revelam a cada tempo, de ritmo estrepitoso, cadenciado nos dramas cotidianos, revelações que carregam o multiforme da vida, por meio dos escritores de época e suas inspirações inolvidáveis.

Uns vêm e se encaixam no processo fluido da existência sem a coragem de ousar. Outros, no entanto, acreditam e insistem, até conseguir realizar o que lhes cabe. Um de nós há de fazer cada escolha pessoal. Um enigma isso de viver. Mais um dos tantos enigmas que se apresentam no passar das gerações.

À grandeza fica por conta das opções individuais, que responderão por si. Nisso, o próprio gesto de observar fenômenos em volta, seja no dia-a-dia, na digestão, nos movimentos da natureza, nas falas, nos animais, pessoas, clima, jornais, revistas, computadores, livros, filmes, tudo que compõe a enorme sinfonia de avaliação das moléculas do viver, da gente e dos demais em volta, a permitir que se promova uma leitura fértil e útil do panorama que se testemunha.

Daí a obra de arte e o gosto que as pessoas sentem ao querer acompanhar aquilo que se produz, juízos mais que suficientes a se formar um mundo mais sábio e mais humano. Este o dever das almas, dos herdeiros do Universo.

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