Só o amor se compara a isto, dimensão intraduzível nas palavras, conta desse mistério de tantas existências infindáveis lá além do quanto permite saber, pensar e até compreender. Ao aprofundar a vista a qualquer ponto dos céus eis que, num mergulhar, chegar-se-á ao Infinito, porquanto nenhum limite existirá na face das estrelas em movimento, algo assim por demais tocante, que demonstra a pequenez do que ora somos, apenas minúsculas testemunhas do Cosmos que nos envolve sempre do inalcançável durante todo tempo.
Nisto, seres que interrogam, angústia sem par, reclamam
possibilidades, porém clamor silencioso responde o intangível. Vagamos,
contudo, a saber de tantas dúvidas, cérebros ainda insuficientes de desvendar a
real consciência do que de verdade sejamos, mesmo cientes de existir dalgum
modo.
Em consequência de quanta interrogação, deslizamos no
inesgotável das horas e nelas tecemos de esperança e fé todas as certezas que
pudermos recolher numa única história, a transportar vidas e vidas pelas
reencarnações adiante.
Deixar de lado os meros acontecimentos, fortuitas
ocorrências e sórdidos pensares, após o que aceitar de bom grado viver,
sobreviver e sorrir diante do Eterno. Nós sermos isto, alimárias que conduzem a
História em pequenos cestos denominados indivíduos. Extáticos, percalços de mil
aventuras errantes, contemplamos as maravilhas da Criação e desfazemos em
contas de rosário imenso aquilo de presenciar as folhas do firmamento dentro da
própria alma, tais intérpretes dessa magnitude a que pertencemos abismados.
Há essa trilha que nos percorre e dela sermos percorridos a
todo instante, passageiros desse comboio em trânsito nos caminhos do Sol, seguidos
de perto pelo desaparecimento em outras plagas, no entanto sequiosos de haver
desvendado o senso da realização. Entre o ser e o existir, ali percorre
inextinguível o barco do Destino, pé-ante-pé, a preencher de surpresas a
imaginação da gente.
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