Mas que outro se não esse daqui, palco da mais pura ficção, aonde os seres jamais morrem, e sim se encantam feitos pedras sagradas?! Eles, os alienígenas do espaço que fogem apressados quais farsas debaixo das nuvens, nas horas, e só desaparecem livres. Somem, simplesmente, astros de outras histórias que, de uma hora a outra, resolvem aceitar que autores os excluam da memória dos deuses e do capítulo seguinte, aqueles tais que antes fizeram a alegria de gerações inteiras, nos programas de auditório dos domingos à tarde, ou das tiras matutinas dos jornais, nas segundas-feiras. Surpresas desfeitas no ar, espécies de mágica de saltimbancos alucinados em feiras distantes, e nem apresentam as derradeiras cenas de despedida; só vão embora pelas portas dos fundos, e nunca mais.
São que nem peças de museus abandonados depois das guerras; elas
viram sucatas de ponta de rua, largadas nas calçadas dos ferralheiros embriagados,
ainda com o odor esquisito de fumo velho misturado a incenso das farras
escurecidas, sombras das chuvas ao soluço do Verão. Isto que significa longas
trajetórias das epopeias clássicas, heróis adormecidos e amarrados na popa dos
barcos, a que nunca escutem o canto das sereias, restos de paixão e desengano.
Esses tais passageiros da agonia quando aqui descobrem,
pois, que podem encantar-se nos mistérios gozosos, souvenires de antigas
civilizações, saem conduzidos no bojo das naves interplanetárias. Bom saber
quando descobrem o senso dessa imortalidade ainda durante o correr das luas;
nisso, bem viver os acordos de paz e dormir sobre as vestes imundas de si póprios,
lá longe dos temores e pesadelos. Mártires de lendas fantásticas alimentadas
séculos para sempre, serão senhores de vida e morte, agora que encenam felizes diante
da Eternidade. Nós, criaturas às vezes desumanas que passeiam pelas veredas da
Sorte, os salvos que a isto esperam até o momento de regressar aos braços carinhosos
da divina Consciência.
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