Isso dos tempos terem de continuar, a sede que a vida oferece aos que querem tocar adiante as histórias deste mundo, impõe, por vezes, situações que pedem mais força, mais aspiração, melhores meios de aprimorar os céus. São inúmeras as horas de viver no decorrer do infinito. Uma explosão de visões, de luas e sóis, estrelas, constelações, a transcorrer nesse mistério maravilhoso do inigualável, impossível até de conceber.
Enquanto isto, estamos aqui neste pequeno espaço de nós
mesmos, seres estatelados na distância de compreender, afirmar, mostrar a que
vieram. Pequeninos, quase nada. Peças raras de quebra-cabeças enorme de
circunstâncias e possibilidades. Fragmentos dos tantos destinos às mãos de
sorte invisível. Cá estamos, olhos fitos nalgum lugar, nalguma chance de
sonhos, hostes de bandidos, heróis, místicos, mágicos, vilões de inúmeras
oportunidades sacudidas nesse acaso que ora somos, à busca de contar a quem
viemos.
Nisso caem as águas do firmamento e inundam de luzes a longa
jornada, quais escravos e senhores de si, no entanto largados ao léu das sinas,
dos valores em movimento. Bom de jogar às telas dos dias e construir as
paisagens nos corações.
Este ano chove muito neste sertão do Ceará. Tudo sob o crivo
das nuvens que passam no céu e despejam sucessivas cheias ao chão, sob nossas
vistas entontecidas nas dores do tempo daqui debaixo. Cargas de política,
economia, dúvidas, mudanças graduais no percurso das águas. Quer-se a todo
custo que os encaixes encontrem as portas da compreensão e façam fértil o solo
desta humanidade febril, egoísta, aprendiz da solidariedade, do senso do
equilíbrio, dos meios de evoluir em paz. Quantos instrumentos disso dispõe a
inteligência humana, contudo só em fase de aprendizagem. A isso, de certeza, lá
então chegaremos todos, apesar das secas e dos invernos nem sempre iguais e
felizes.
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