Por mais desejemos ser mais, isto é o que somos, tão só meros coadjuvantes desse enredo coberto de tantas e tantas normas secretas. Desejemos ser mais, se é que assim o seja. Vivenciamos histórias mil sob o manto das irradiações matemáticas desse tampo de quantas eras num único instante mágico. Sob o crivo da razão absoluta do Mistério, tocamos o rebanho de nós próprios aos ditames do destino, quase totalmente desconhecedores de tudo enquanto. Mendigos prepotentes da sorte, estendemos os cacos da fama aos quarteirões da Eternidade olhos postos nem sei aonde nem quando enfim.
Bem isso toda vez, toda geração. Os dias passam e neles as
pessoas. Gerações que se sucedem num afã encantador pelos palcos iluminados.
Uns, às vezes, a pisar nos demais, braços livres a cumprir o papel que desconhecem
no cinturão das normas que faz. A gente conta as palavras e as despeja no
bisaco da compreensão, arrojados autores dos dramas em andamento. Sei, sim, pudéssemos
cumprir outros cenários e o faríamos sem conta. Contudo, por agora, eis tudo o
que nos reserva os desvãos da experiência.
E depois de tudo, ainda ser felizes, dever por demais de
todos. Sustentar o palco aos nossos pés e fremir o peito de encontro ao cordão
de isolamento do público. Aguentar o aguaceiro de saudades que despejam os
olhos da multidão enfurecida. Luzes, palco, ação. Nuvens de sofreguidão já
começam a envolver outra vez o teto das notícias, enquanto passam aceleradas as
levas dos mesmos espíritos reencarnados à procura do Céu.
Houvesse, pois, esta certeza definitiva que desejam os
heróis da sobrevivência que o somos, talvez o chão daqui transcorresse numa
velocidade bem maior debaixo dos nossos pés cobertos da lama do Dilúvio, pois.
Ajuntemos os trastes e sejamos os próximos a embargar na barca dos espíritos.
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