Assusta por demais, ou de menos, o quanto distante de ser consciente é esse animal em formação. Junto de si milhares, milhões de pequenas surpresas que ele mesmo arrecada dias afora, em não levar em conta que nem de longe imagina aonde chegar com tudo. Ser desgarrado no limbo das nuvens que passam ligeiras diante dos sóis dos dias, e não avalia quais meios pudessem levá-lo a superar os surtos epidêmicos que tem de atravessar em toda geração. Este exótico filho das circunstâncias tende, no entanto, a sumir face aos movimentos que ele mesmo perfaz durante as horas sobre as quais marca o trilho da impossibilidade que o destrói. Hum, quem diria?, e vive à solta no vento das tardes mornas deste verão.
Assim seria qual fosse começar a contar dessa história fugidia
que traça nos artefatos nucleares que produz a toda velocidade, no sentido de responder
à própria sina do imprevisível que transportar no corpo na forma de constante
desaparecimento. Frente a frente do destino das massas ignaras, reduz o fardo
da fome dos seus em detrimento de tantos que somem anônimos nos braços do
mistério que eles mesmos traçaram doutras vidas, quem pudesse, diria. As chamas
das velhas ilusões que lhes nutrem as presas, cercam de fantasia o desejo
insano de prazer sem conta.
Pudessem narrar outras ocasiões de bonança,
outrossim forçariam a barra dos céus com seus filmes esquisitos, cheios de pequenos
detalhes, porém dotados de pouco ou quase nenhum sentimento que prevaleça
depois de tudo. Vorazes feras de longa data, mergulham na lama do que planta e
colhe, procedimento esquisito dos que padecem da fome de perecer durante os
roteiros turísticos que vivem nas ficções que produzem. Amarram na
embriaguez dessas noites insones apenas feitos de ausências, a enganar tais
seja ao próprio julgamento do que virá, sem dúvida, na autocrítica do Infinito
que aguarda calmo e sereno.
(Ilustração: O julgamento final, de Hieronymus Bosch).
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