sexta-feira, 27 de maio de 2022

Temas da atualidade


Agora, as informações circulam numa outra velocidade. Raros são os que ficam fora das notícias. Antes seriam as cartas, os boatos, os editos. Neste momento, há assunto a todo gosto. Ninguém queira afirmar que não sabia disso ou daquilo. Aonde se virar, entram noticiários invasivos. Nos grupos, nas redes, nos sites, no escambau a quatro. E tem mais, carregados de intenções propositadas, visando interesses em geral só particulares. Eis os temas da atualidade, que são impossíveis de saber até onde chegam os fakes, os jogos de mídia, as variações de pretensões. Nisso hoje desliza o fio da civilização internética, cibernética, a não dizer irresponsável com os resultados daquilo que querem que seja a tônica dos dias. Só fome de poder, de manipulação, a comprometer o próprio dito avanço da tecnologia dos meios de comunicação. Enquanto isto, as grandes marcas perderam altura. Os jornais famosos de algumas décadas sumiram nos tabloides, ou sumiram mesmo, virando meros boletins de notícia perdidos na multidão das mensagens da rede mundial. Quem diria chegássemos a isso?! Tanto poder nas mãos dos empresários da mídia que some pelos ares, diluído na massa geral das versões espalhadas neste chão impessoal.

Uma mudança jamais prevista veio de acontecer. As máquinas feitas pelo homem estenderam seus tentáculos ao cidadão médio, que também criou os seus tentáculos, numa queda de braços de causar espécie. Ao surgir o cinema quiseram que sumisse o teatro. Ao surgir a fotografia imaginaram desaparecer a pintura. Assim sucessivamente, no entanto com espaço a todos. As cartas, os livros, as artes, os gritos humanos de conhecer e divulgar aquilo que conhece e espalha. Bem nos moldes dos avanços da necessidade. Outro dia, assisti a um vídeo em que falavam não existir inteligência artificial, porquanto tudo isso vem da inteligência da raça, que multiplica a força da informação e quebra as barreiras do anonimato. Isto, por demais, indica o quanto podemos em termos de conhecimento e progresso, quando soubermos usar com sabedoria os valores de que dispomos.

(Ilustação: Picasso em 1951).

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