Meras tardes do que se foi pelas horas menos previstas. Ruas
de ladeiras que descem às sombras de nós mesmos quais veias do infinito da
alma. Elas que realimentam de desejo o sol das consciências e somem quais
crianças levadas que esqueceram a que vieram, e foram a gargalhar. Depois,
essas dúvidas que acumularam nas raízes do coração e insistem produzir novas
sementes. Sonhos, os sóis que nos resolvem lá por dentro e aguardam reações
inesperadas todo momento. Um nós que voa às estrelas e traz de volta novas
certezas e indagações de viver, doces repastos da presença em forma de
criaturas errantes, cabeças pensantes. Pequenos seres assim livres, leves, que
desfilam aos olhos dos dias na busca de, num tempo qualquer, achar a si nas
curvas sombrias das longas jornadas nesse universo que esconde suas respostas. Esses
antigos sinais de que guardamos bem pouco e que significam tudo, pedaços da
gente grudados nas árvores que já foram embora deixando apenas o perfume de
suas flores e a saudade no canto dos pássaros que insistem dizer no silêncio das
manhãs ensolaradas. Milênios que formam as muralhas donde gritaram as gerações
adormecidas. Sobras do repasto dos dias largadas nas estradas do firmamento.
Luzes insistentes na fogueira acesa dos sentimentos a dizer as falas desse
instante. Perfume dourado das entranhas que movimentam o sentido das histórias
aqui contadas pelas nuvens dos pensamentos. Todos, filhos do mistério nas
lâminas vivas da realização do ser durante as jornadas do invisível bizarro.
Tais múltiplos jornais que incendiavam o mundo, agora dormem a sono solto no
fulgor das gerações esquecidas. Estes seres exóticos que pensam e desconhecem os
motivos de todos os sons, bruxos de outras dimensões que ainda persistem nesta fome
de viver para sempre. Nós, pois, os heróis da ausência no íntimo de revelar aquilo
que nem conhece o que seja. Nós...
segunda-feira, 30 de maio de 2022
Há sim poesia na existência
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Como não , a forma de abordagem sobre o entardecer nas ladeiras, o canto dos pássaros recolhendo-se aos seus ninhos, não poderia haver expressão maior e pura poesia, onde temos a sensação de estarmos inseridos naquele contexto. Belo texto, parabéns ! 🌼
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