sábado, 1 de maio de 2021

O valor da cultura


A história mostra bem isso que quero aqui dizer, de quando um povo pretende dominar outro o primeiro que faz é minar gradualmente sua cultura até o total desaparecimento. Vai sendo assim no decorrer dos tempos, o imperialismo que o diga. Antes quebram os laços originais das tradições, das famílias, dos monumentos, das religiões, da literatura, dos folguedos populares, das lendas, dos dialetos, e depois trazem as latarias das dominações deslavadas, destruindo a alma de um povo na maior sem cerimônia. Quem deseja pode pesquisar e ver de perto o tanto de perversão que arrasta a ganância dos impérios. Ameaçam, agridem, desfazem tudo de sagrado na consciência daquelas culturas, e fomentam superficialidades outras fora de raízes; massificam, pois, usando termo dos dias recentes.

O século XX apresenta essa cara nos diversos continentes. Primeiro, com o Império Inglês, seguido pela fúria nazista, adiante os russos e os americanos, máquinas de guerra que, infelizmente, solaparam os anseios de paz das muitas horas de sonhos. Havíamos vistos outros exemplos, no cordão do passado. Roma. Israel. Portugal. Espanha. Tantos e tantos predadores que marcam o elenco dos poderosos, tudo a troco de nada, qual se vê hoje, na devastação que repetem, ferindo de morte as possibilidades da Civilização.

Isto deixando de lado a utilização inconsciente dos recursos naturais, da herança da humanidade inteira, nesta época de superpopulação e fria indiferença dos líderes, voltados tão só a interesses imediatos e benefícios de grupos, num acúmulo de obscurantismo de causar apreensão, diante de fase escura que atravessa o mundo inteiro.

Na década de 60, as nações ricas mobilizaram seus conhecimentos científicos na intenção da descoberta de uma saída para os céus, através da corrida espacial. No entanto viu-se, porém, face à irrealidade; eram insuficientes os meios disponíveis a vencer o mais pesado que o ar. Pelo que indicam nítidas conclusões, a raça humana terá de resolver consigo mesma esta equação e aceitar que todos somos irmãos navegando os mares do Infinito.

(Ilustração: A dança dos camponeses, de Pieter Brueguel o Jovem).


Um comentário:

  1. Não se dança como antes, as cirandas sagradas das colheitas pelo labor do trabalho suado e simples nos campos, nem o trigo é o mesmo, diga-se de passagem. A era da reprodutibilidade técnica e da obsolescência programada dão razão as superficialidades e a ausência do aprofundamento nas Artes.
    Aos poucos, ela resiste, a anistia dos poetas, a licença à vida, sem esperar lucros pelo que não se compra, não se vende - olhar profundo e um coração sensível ao movimento singelo da natureza.

    👏🏿👏🏿👏🏿👏🏿👏🏿✨

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