O pato e a garrafa é uma dessas pequenas histórias-desafio. Nela o mestre oferece ao discípulo a chance da autodescoberta, solicitação de que descubra o jeito adequado de tirar um pato de dentro de uma garrafa sem que, nisso, mate o pato ou tenha que quebrar a garrafa.
Passados tempos de meditação, os postulantes da revelação interior buscam mil formas de solucionar o impasse. No meio tempo, visita o instrutor, a oferecer alternativas possíveis e imagináveis ao desafio recebido. Vasculha todos os cadinhos da mente, sem, contudo, encontrar resposta suficiente ao que caberia naquele exame, na intenção religiosa de oferecer o modo de pacificar o espírito em desenvolvimento.
Quando, então, lá um dia, apercebe que não existira pato, nem garrafa, e que tudo significava tão só a presença do ser em formação diante do Universo, razão suficiente de calma e equilíbrio, causas e fundamento da existência de tudo quanto há. E desperta...
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Dia desses, alguém pediu que escrevesse a propósito de uma rosa presa em uma redoma. (Você atende a pedidos para texto? Eu adoraria ver um texto seu sobre a beleza da rosa sufocada numa redoma). Quis encontrar meios de responder à solicitação da amiga, no entanto insistentemente veio aos pensamentos essa história zen que resolvo deixar aqui registrada, talvez razão de frustração ou, quem sabe?, de lenitivo ao pedido que me fora feito naquela ocasião.
Muito rico seu texto. Como sempre nos leva a reflexão. Tantas vezes achamos uma definição para determinada situação , quando de fato estamos buscando nos outros algo que não existe em nós e passamos a procurar nos. E quase sempre vem a decepção porque não existe nem em nós e muito menos nos outros. Ocorre quase sempre quando criamos expectativas demais e realidade de menos. Ótimo texto. Um abraço Emerson.
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