sábado, 1 de setembro de 2018

As janelas da Consciência

Há esse lugar aonde, nalgum dia, todos irão chegar, sede da Paz, a Consciência, destino do Infinito, lá onde as paralelas se encontrarão numa manhã de festa e fogos. Os instrumentos dessa longa jornada, dentre muitos outros, são a Razão e o Coração, primos e irmãos que moram na mesma residência individual. Esses passos lembram os livros, também janelas abertas de lugar acolhedor de tudo quanto houver espalhado pelo Chão, pelo Cosmos, nas avenidas do espaço sideral. 

Ler, verbo de plenitude e força. Nas visões de todos existem diferentes espécies de caminhos; os músicos, que buscam o som universal; os pintores, que vislumbram as imagens do Paraíso; os arquitetos, que constroem as casas e os monumentos da história em forma e linhas; as pitonisas, que conversam com os deuses; os dançarinos, que bailam ao som universal; as mães, que trazem no ventre a esperança nos dias melhores da Humanidade; os escritores, que migram feitos aves, através da imaginação, aos pomos férteis da Eternidade, largando de si, aos pedaços, restos de vidas que aqui permanecem grudadas em papel nas estantes quais luzes na escuridão dos humanos; etc. e tantos.

Quem descobre a felicidade dos livros ganha toda a herança de pensamento e sentimento do quanto ficou pelas encostas rudes dos destinos, existências afora, ao furor das tempestades da alma. Raros, talvez só raríssimos desfrutam disso, do mistério da leitura, porta aberta dos livros, de par em par ao calor do Sol. Pois ler vai mais além do que trocar letras e palavras por significados que carreguem no bisaco das páginas. Mergulham, sim, dentro dos tempos na luz dos olhos, e viajam milênios a fio nas profundidades inatingíveis dos oceanos da Civilização. 

Poder é querer, conquanto estenda mãos e escarcaviem as tralhas e os monturos dos livros, pedras preciosas escavadas dos solitários em suas masmorras de sensações e arte. Conhecer por meio da concentração que a palavra escrita propicia; vislumbrar o panorama de antes em lances atuais e vivos, privilégio dos poucos iniciados. Quem quer saber, pergunte aos Céus.

3 comentários:

  1. Certíssimo você! Nos livros eu navego, viajo, sonho, faço descobertas das mais diversas. O benefício maior do livro é se transportar para o enredo e incorporar o personagem, vivendo as emoções e prazeres daquele personagem. Nada mais gratificante do que você pegar um bom livro e se deleitar sobre aquela leitura esquecendo o mundo lá fora. O livro vem do verbo livrar, livra da ignorância, da solidão, nos faz decobrir coisas inusitadas. Parabéns e gratidão aos nossos escritores, inclusive Emerson Monteiro, que nos proporciona estes momentos de prazer e reflexão. Um abraço .

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  2. Poder é querer, bem disse você , invertendo os termos, querer é poder, adágio que nem sempre se consolida. Tantas vontades se perdem por não ser possível. Mas também não é impossível. O tempo passa, as paisagens mudam diante de um barco a navegar. Vida que segue.

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  3. Janelas da consciência - belo título! Parabéns!!! Um abraço Emerson Monteiro.

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