terça-feira, 4 de setembro de 2018

Diálogo ocasional

- A vitória vem para quem tem fé. E a recompensa vem para quem confia.
- Quero ter essas luzes na minha vida. Às vezes a insegurança fala mais alto; me sinto insegura nas minhas escolhas.
- Todos somos sujeitos a isso de vez em quando.
- Ainda bem que não sou só eu.
- Tem que ter fé. O mais vem por acréscimo.
- Venho a ter fé.
- Fé é exatamente o contrário de não ter. Isso é conhecimento. Fé vem logo a seguir.
- Que essa fé se apresente.
- É a prática disso, de saber ser assim. Vem de dentro da gente. É uma entrega. Enquanto a gente quer ser maior do que Deus, Ele não se apresenta.
- E como perceber que queremos ser maior que o Criador? É pelo orgulho, na falta de fé?
- É pela insistência em não se entregar a Ele. Querer ser maior que Ele.
- Será que eu sou uma dessas pessoas?
- Se o resultado é a descrença, de certeza está batendo na outra porta. São as tais escolhas de que tantos falam. Porta errada, porta certa. Caminho largo, caminho estreito, no que fala Jesus.
- E as minhas escolhas serão acertadas?
- Pelos frutos se conhecem as árvores. Se derem na fé, estão acertadas.
- Penso que não ando com prática infiel. Nem tempo tenho para as coisas do mundo. Só me falta limpar as mágoas que ficaram. No mais, não faço nada de ruim.
- Então comece a andar com fé.
- Vou andar. 
- Sim. Bom sinal.
- Só preciso despedir a menina insegura e com medo que, vez em quando, se apresenta em mim.
- Essa menina é a sua ausência da fé.
- Eu acredito que seja mesmo. 
- É a senhora com as vestimentas de um passado que nem mais existe.
- Preciso me livrar dela antes que ela me leve antes do tempo.
- São muitos que permanecem assim na antiguidade de si mesmo. Representam peças fora de cartaz. (Essa nossa conversa, sem citar nomes, bem que mostra o jeito da humanidade. Posso publicar, sem identificação.)
- Publicar onde?
- No blog.
- As minhas mazelas?
- Sem identificação. Mazelas sem identificação.
- Se for a fim de auxiliar o povo, pode, sim.
- Pois farei; se ligue e verá.
- Devem ter centenas de presos ao passado. Quantas crianças escondidas no mato. Vítimas do próprio pai. 
- Assim de gente.
- Adultos marcados pela violência que lá um dia volta a se apresentar. Esse é o meu maior medo. Você sabe que aprendi a chorar sem fazer sequer um barulho pra não ser descoberta no meio do mato, quase todas as noites. Mais à frente, meu avô tentou me aliciar, aos dez anos... E aí estou aqui sentada à beira do caminho buscando ter mais fé... Em Deus e nos homens. 

Um comentário:

  1. Mazelas.. ah mazelas... quem não as tem? Quando jovens traçamos um caminho para seguirmos. Parte das nossas metas consenguimos alcançar, outras não. As nossas escolhas determinam os nossos destinos e as.nossas conquistas. Sempre achamos poderíamos ter chegado mais longe, conquistados outras, mas nem tudo está ao nosso alcance. Só nos resta agradecer a Deus o que alcançamos. Seu texto é leve... real, bem ao nosso dia dia dia. Um abraço Emerson Monteiro.

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