sexta-feira, 20 de março de 2015

Quando o amor acontece

Isso de contar tristeza nas melodias, decepções amorosas, desgostos, frustrações, já chega. É só acreditar no sonho e mergulhar de corpo inteiro na luz das possibilidades infinitas. Imaginar uma estação que toque o canto dos pássaros de cada manhã o tempo todo. Abrir as cortinas da imaginação promissora e acordar do pesadelo das noites escuras. Ver de olhos claros a beleza do dia. O esplendor deslumbrante das serras emolduradas de sol, as matas verdes floridas de sentimentos bons. Margens cheias de rios limpos e suaves. Portas abertas de novidades e pensamentos leves que enalteçam construções de mundos ricos de solidariedade e harmonia. 


Portanto cabe aos místicos de hoje em dia saber de quando haverá paz nos corações e o exercício da real democracia nos poderes em voga, desejo incontido de séculos a revivescer nas pessoas previsões dos maiores profetas, da iluminação dos poetas e filósofos nos ideais, as músicas de jeito romântico nos territórios infinitos do provável.  

O reino que ainda não é deste mundo, de que fala Jesus, habitará com isso as consciências. Máquinas de aspirações populares, elas produzirão o alimento de cada dia no trabalho, na família, no senso da esperança que prevalecerá nesse heroísmo honeste de tantos a mover o Universo. Eles, os guerreiros das madrugadas frias na busca do pão, que entregam o melhor de si à sobrevivência dos entes amados. Raspam as lágrimas do esforço e constroem alternativas, apesar do critério deficiente das escolhas políticas do passado remeto. Saem de casa dispostos a rever o plano da existência e traduzem na fé o gosto da felicidade no dever cumprido com alegria.

Chegará, sim, no entanto, esse momento de revelar a certeza em tudo que há, interpretação inevitável do enigma da esfinge que abrirá o peito à justiça mais justa, fará das tripas o coração, descobrirá o mistério vivo da religião no seio do espírito e conhecerá o quanto de riqueza se perpetuará nas virtudes. 

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