Conceitos a propósito do que nos espera depois de seguir ao desconhecido variam de acordo com as possibilidades filosóficas. Uns, os materialistas radicais admitem que, ao concluir a existência física, as individualidades simplesmente somem dentro do laboratório da natureza, qual objeto desmantelado em transformação. Começo e final num bloco único indivisível.
Os gregos, no entanto, trouxeram nalgumas avaliações desse que vem depois a possibilidade conclusiva de que, ao desaparecer deste chão, os indivíduos retornam ao todo universal, qual gota d’água de volta ao oceano original dos elementos, sem preservar, no entanto, aquela identidade que apresentava antes. No chamado panteísmo, essa concepção responderia pela continuação e repetição de tudo.
O Catolicismo, por sua vez, avista o prosseguimento da existência individual dos seres humanos quando por ocasião de um julgamento universal das criaturas, fase em que retomarão seus corpos materiais e serão sentenciados pela única experiência cumprida na Terra, cuja sentença determinará irrevogavelmente o destino: o Inferno ou o Paraíso, na compreensão classificada sob a denominação de unicidade das existências, da teologia da Igreja Romana, admitindo, sim, a existência de um princípio individual que sobreviverá após o fenômeno da morte física, preso, porém, à inapelabilidade do Juízo definitivo, assistido pelas forças poderosas de Deus e sua corte celestial.
Outra idealização da viagem derradeira das gerações caberá aos budistas, hinduístas, espíritas, dentre outras mais religiões e filosofias, a chamada pluralidade das existências. Nesse jeito de considerar o passo posterior à vida na carne, tais escolas de pensamento asseveram que, ao deixar o invólucro corporal, os espíritos prosseguirão a caminhada por meio de novas experiências terrenas, isto noutros corpos físicos, na hipótese da reencarnação. Com isso, receberão, noutras alternativas, o direito de se refazerem dos equívocos porventura vivenciados nas vezes anteriores, resgatando falhas e adquirindo o conhecimento imprescindível ao aperfeiçoamento necessário a chegarem ao Reino de Deus, sob o prisma da lídima justiça da purificação. Esta maneira de conceber o devir eterno cabe, também, os filósofos Sócrates e Platão, sábios atenienses.
Destarte, as quatro visualizações proféticas do futuro dos seres pensantes nelas indicam o que pensam o materialismo dialético, o panteísmo grego, a unicidade católica e pluralismo existencial dos reencarnacionistas.
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