A tal distância infinita entre as pessoas se parece com avião, de longe fica pequeno; de perto, bem maior. Quanto de pouca comunicação há entre pessoas; vazios e impossibilidades; nuvens e oceanos...
De comum, a linguagem adotada invés de reunir chega a distanciar pelas próprias limitações do processo da comunicação, cavando esconderijos profundos e trincheiras enlameadas em que chafurdam criaturas amarguradas e tristes; ou flores frágeis de doces perfumes ali abandonadas.
O ser que somos nem sempre mostra aquela cara que a gente imaginava... Somos, nalgumas ocasiões, meras sombras de nós mesmos; espectros ambulantes perdidos nas estradas da existência, que assustam e se assustam.
Isso de identificação soma quando a gente sente solidão. Saímos a bater cabeça nas paredes das vidas aqui de perto, a procura que nos abrirá os olhos da mente a as fibras de coração a vislumbrar paisagens novas.
O tal vazio das horas difíceis significaria isso, impressão de que um deus dormiu, e a gente espera que ele acorde, quando jamais a Verdade esconderá a face diante das horas, bem no íntimo o tempo todo.
Instinto da religiosidade nada mais é do que despertar de si em Si, alimento das águas claras de lagos limpos.
Sei, não. Mas parece que perdemos o contato com outro lado da gente, meros joguetes de sorte criada pela sonhada na civilização da história. Conquanto busquemos acertar, perdemos, horas algumas, o alvo objetivo de querer chegar; e deslizamos numa pista de espumas e energia, sons e imagens, à velocidade dos raios.
Saber da presença das vidas além da muralha dessa caverna traz gosto de seguir arranhando pedras e nutrindo esperanças, motivos suficientes a persistir, ainda enquanto o calor e a secura indiquem ausência, pois moram luzes lá dentro no início das novas manhãs.
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