domingo, 21 de dezembro de 2014

A dor e a civilização

O que dói nas gentes é saber que ainda lutam com a própria carga de  imperfeição, sujeitas às intempéries morais de sofrer por conta de ciúmes encarquilhados escondidos nas folhas soltas das estradas vazias e aventuras equivocadas no trato com os demais; mascarar fachadas sujas da construção interna do coração que guardou lixos acumulados anos a fio por conta das invejas e vaidades repetitivas de nem um pouco imaginar jeito melhor de viver e com isso alimenta as fraquezas; é o que dói dentro das gentes de fazer desgosto. Enquanto observam o lago tranquilo da paz que sabe existir nas teorias, livros e religiões, carregam mágoas, desgostos, rancores, fingimentos; atiçam lembranças de equívocos dos outros também na mesma jornada de aprimoramento, porém esquecem o que transporta na caixa preta do atraso espécie de senhor do território, contudo amargurado e sem domínio de si.


Nas hipóteses de ser feliz, vivem a prévia do que acontecerá um dia, talvez hoje de tarde, ou amanhã de madrugada, enquanto alimentam as porcas magras da revolta e perdem chances valiosas de saltar fora do calvário criado nas duras penas dos desgostos, prática inútil alucinada.

Ninguém escapa de encarar a verdade face a face no decorrer dos mistérios dessa vida, escondido debaixo da lona da carroceria da nave planetária das criaturas. Correr de um lado a outro do vagão do tempo sem, no entanto, descobrir a saída cósmica de achar outro canto que não seja o endereço do coração limpo, representa ilusão. 

A indústria química pode até fabricar mil preparados de minorar crises, cólicas, todavia só por dentro da pessoa haverá uma porta de limpar o espaço aonde construir a cura definitiva. Saltos morais não resolvem o drama de aqueles equívocos transferirem aos outros a solução do enigma de todos a  responder com renúncia dos motivos antigos que prendem egoístas ao plantão da dor. 

Pegados no desejo de felicidade, viajemos juntos ao mundo das respostas espirituais.

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