Em épocas escuras da história, momentos das guerras mundiais, depressões, desastres, estados de sítio, guerras civis, idade média, revoluções, êxodos, guerras frias, exílios, imperou o ânimo de que tudo passaria num piscar de olhos, e dias melhores viriam, para nunca mais faltar.
Isso marcou sobremaneira o século XX. Exemplos clássicos são enumerados, uns maiores, outros menores, que sobejam nos compêndios. Depressão de 29. Guerra Civil Espanhola. Guerra da Coréia. Do Vietnam. Seis Dias. Golfo. Afeganistão. Iraque. Etc. Cicatrizes vincam a geopolítica, no tropel da civilização sonhada, desde remotos antecedentes das cavernas, dose de interpretar o organismo afetado na proporção de progressos e conquistas
Quando se afigurou que o pêndulo permaneceria sem grandes balanços após a queda do Muro de Berlim, o povo árabe chegava trazendo a conta do desconforto nascido das divisões da Palestina, retorno do povo judeu dali ausente desde a última viagem.
Tais movimentos de tropas, canhões, navios, aviões, sacudiriam Europa, Ásia, Oceania, deixando de fora outras áreas, nesses cem anos de aventura explosiva. O continente africano, saco de pancadas dos brancos, quase nunca escapou aos imperialismos sucessivos. As Américas ensaiaram episódios armados de Cuba, Granada, Panamá, Malvinas, Nicarágua, Chile, Haiti e Colômbia, além de algumas escaramuças entre Peru e Equador e os focos revolucionários na Bolívia, e a Guerrilha do Araguaia, no Brasil, anos 70. Já em dias atuais, se nota o agravamento de ações táticas que põem nos lábios travos de apreensão, conquanto relativa calma existe nesse mundo de cá, mantido abaixo da linha extrema do subdesenvolvimento emergencial, custos altos de ginásticas e demagogia do atraso.
Houve, por isso, um tempo em que se pensou andar livre das outras indagações políticas do restante do globo, onde o fator da guerra restringir-se-ia aos quadros noticiários, e que só a paz reinaria, fruto das bonanças da civilização. Há que trabalhar, entretanto. Os homens antes de se julgar livres dos riscos desse tempo, invés de adormecer bem cedo nos cálidos braços da ilusão, que abram os olhos à consciência da responsabilidade social.
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