O professor convidou primeiro os da lá frente, gente sabida, lugar de sentarem os pequenos. Simpático, perguntava do ponto dos animais. Evitava guerra de nervos, pois lhe tratavam bem, posição agradável de tocar a profissão de mestre sala vários anos seguidos no mesmo colégio.
Nisso, numa passada de olhos, descobre a figura desconfiada de Isidório, e a ele dirige a próxima pergunta, nem difícil, nem fácil, ao nível ao estudante que mantinha distância dos outros, discreto e silencioso.
Isidório, de pé, mais morto do que vivo, alma gelada sob o clima invernoso da manhã, havia de corresponder aos objetivos da arguição, conquanto se os demais cumpriam o dever, também lembraria da resposta.
- Isidório, diga a classificação do sapo, esse bicho fácil dos brejos e açudes do sertão – indagou o professor.
O aluno recebeu satisfeito o quesito próprio a menores comentários. Logo tratou de achar a resposta, pensando voltar ao conforto antigo no território da longa sala:
- O sapo é um batráquio, professor.
Meio caminho andado, já via o outro lado do rio que atravessava rumo à liberdade. Isidório jamais imaginaria o resto da pergunta, na intenção do mestre de garantir a nota do pupilo, livrando-o da prova escrita.
- Sim, Isidório. Agora, justifique sua resposta. Por que o sapo é um batráquio?
Instante de tensão a todos envolveu, pois os colegas gostavam do companheiro. Ele reagiu, no entanto. Curvou o corpo à frente, dobrou os braços sobre o peito, no gesto que imitava o aspecto comum dos cururus, visando inteirar a resposta que dera antes:
- Ah, professor, por causa daquele jeitão que ele tem, assim, atarracado, igual a um batráquio – disse, fechando a questão.
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