Do pouco que aprendi ao trabalhar com cinema é
que os filmes mesmos acontecem de verdade, em essência, logo ali detrás das
câmeras, nos sets e locações, nos relacionamentos e movimentação dos diretores,
produtores, atores e técnicos, enquanto o que restará, depois, as histórias
projetadas, contará quase nada do drama original. Serve nisso aquela comparação
da tal ponta do iceberg.
Nos tempos bicudos, quando novelas perdem pontos
para as ruas, quando o povo resolve utilizar a manifestação coletiva a título
de argumento e reivindicações, desencantado das urnas periódicas, retorna o que
a vida imita a arte. Só que vida vivida é pura arte, a arte de viver,
identificar os limites da criação nos destinos humanos. O caderno das horas,
então, pede a todo tempo que pessoas e seus sonhos pratiquem vida com
autenticidade e autoliderança, valores nem sempre levados em conta.
Olhe bem o que a multidão diz nos clamores, que
predominem as exigências inevitáveis da honestidade. Perante sistema
estabelecido sob os tentáculos invisíveis dos palácios, o charme da honestidade
reclama espaço de justiça longe das corporações escondidas.
Ninguém melhor que os jovens na viagem da
infância à idade adulta, hora da verdade, enxergaria o drama da ilusão e o cio
da fortuna, fama, influência, desespero de sobreviver dos veteranos que
chegaram aos extremos das gerações.
Esse filme agora cresce na linha de fogo do
horizonte, semelhante ao sol quando vem nascer.
Instante de esconder a cabeça na areia passou
que nem as nuvens brancas do céu de junho. A claridade dos dias, porém, exigirá
coerência nos que cheguem a fim de novas praticas e o primor da Verdade, que
discursem e exercitem os roteiros mais limpos detrás das câmeras, sem trair os
ideais da real honestidade.
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