sábado, 20 de julho de 2013

Livre das prisões do passado

Andar em círculo, qual aquilo do peru circassiano dentro do traço de giz no chão, ser o suficiente de restar preso às malhas dos tempos antigos, que de certeza nem existem mais onde quer que queira. Enquanto lá fora viver produz a sucessão dos momentos eternos, repetição do aqui e agora inextinguíveis, sem começo, sem fim. No turbilhão das repetições, o céu abre portas à espera dos retardatários de dramas guardados nas folhas amarelas de memórias apagadas, espécies de insetos aborrecidos em voos monótonos...

Durante as horas alegres da existência, sóis nascendo a todo dia, pássaros alumiando as matas e os edifícios das cidades cinzas de brincadeiras soltas no ar, claridades mil nas cores espalhadas em tudo, música sobrevoando sonhos das vontades, e há ranço enferrujando ainda, que fere o sentimento das estrelas e corrói a fortuna eterna das horas.

Alguns, contudo, insistem noutros mistérios, vagar sofridos no futuro que também ainda não mostrou seu rosto... Prudentes e sábios acreditam nas possibilidades infinitas da consciência dos seres positivos. Eles alimentam certezas de melhores alternativas que nascem das gerações novas, atuais.

Bom, sofrimento gruda nos dentes dos habitantes da Terra devido aos pensamentos deles. Consequência de causas individuais, a dor navega junto das almas que querem sofrer em pensar e, por isso, sofrem. Dominar o pensamento representa, destarte, dominar os sentimentos com relação a si e as 10 mil coisas.  

Escolher cabe ao sujeito dessa história pessoal, isto é, ao titular da conta da consciência. Qualquer resultado representa o desgosto (ou o gosto) da própria pessoa que comanda a orquestra da percepção desse mundo, o eu pequeno, voltado às qualidades grosseiras, ou o Eu de vistas erguidas aos céus.

Logo a seguir, porém, as luzes do instante presente, os universos saborosos de todo meio oferecem o direito de conquistar outros melhores ensaios, além, pois, da rotina das inutilidades dolorosas.

Estirar os braços e abrir as mãos, atitudes invitáveis aos libertos dos cascalhos e ruínas do que virou bagaço nas estradas do Infinito breve da existência.

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