Todas as transformações pedem o exercício da prudência, porém bem pouca,
ou nenhuma, prudência demonstram aqueles que comandam os destinos da raça dos homens,
pelo menos em termos visíveis, quando as doses e os remédios ministrados geram descompasso
com a cura que desejam, isto em relação aos tratamentos que administram nas
sociedades doentes do momento.
Numa fase histórica quando dificuldades parecem dominar a prática do bom
senso, a educação se mostraria qual a alternativa fundamental. Valorização de
professores, estabelecimentos, alunos, equipamentos, exigem resultados e
firmeza de determinação, consciência limpa e espírito de humanidade, nos níveis
elevados da cultura de sobrevivência da civilização decadente.
Ao observar os jovens estudantes submetidos à sanha capitalista, onde o
valor principal é a imitação massificada nos países ricos, se identifica
algumas punições em consequência da irresponsabildade adotada em razão dos
métodos e encamin hamentos. Se é que aprenderam, os mentores não praticam a
cultura que indicam as instituições oficiais, haja vista a improvisação que
virou a história.
Outro dia, presencieii a cena de criança entre 4 e 5 anos recurvada sob o
peso de mochila enorme (5 a 7 kg), onde transportava seu material didático, que
caiu de costas sacudindo braços e pernas, presa às alças do esquisito paraquedas,
sem força voltar a ficar de pé. A imagem que guardei foi de uma tartaruguinha
saída do ovo, virada de costas, submetida ao contrapeso do casco, indefesa, a pedir
mão amiga que lhe pudesse desvirar.
Para que tanta bagagem sobre ombros tão frágeis? Seria um castigo
indireto à fraqueza dos pais, omissos diante da sordidez deste mundo? Existe
algo a ser modificado, eu sei que existe, sim; rumos a corrigir; erros a
denunciar; que participar das renovações pelos exemplos ativos das pessoas que
acreditam em mudança. Existe, busque e encontre na vontade de produzir os tecidos
novos dessa colcha esgaçada.
Coisa alguma justificaria os gastos em livros se só a fim de municiar as
editoras apaniguadas, em prejuízo dos filhos; enriquecer trustes editoriais sem
computar os excessos, crime continuado, conivência. Às autoridades cabem defender,
sobretudo, o bolso do cidadão que lhes delega o poder; fora com as máfias do
livro didático e outras mais!
Transigir com a saúde familiar, as matas, a riqueza do subsolo, e, de
quebra, empenar o espinhaço dos filhos por conta da ausência de seriedade, nessa
época e nesse chão de conformismos, isso dói na alma da gente.
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