A língua é a fronteira
do dentro para fora bem aqui aos olhos e na boca da gente. Qual dispositivo genial
de produzir espaços nas consciências, a boca satisfaz necessidades sociais,
porém o que diz custa o tanto de engolir o que disser. Num procedimento mágico
intuitivo, as palavras nascidas num gesto ganham poder de abrir as condições de
multiplicar possibilidades, externas quanto internas. Daí o poder estonteante das
palavras. Galvanizam multidões. Ampliam os deveres dos seus autores.
Enquanto de boas
palavras nasce o alimento que invade a consciência isso produz bons frutos.
Quais escadas aos céus, significariam, igualmente, descidas aos subsolos de si
próprio rumo das transformações. Por isso, nada que germinam as palavras fica
impune, ou sem recompensa que lhe corresponde. A sabedoria popular
resume que antes de dizer, somos senhores das palavras. Depois ditas, somos delas
escravos.
Poucos detêm o real
conhecimento desse poder infinito das palavras.
Elas habitam a
intimidade das coisas e do tempo. Atos são palavras em movimento ao instante
dos fenômenos. Os sentimentos sobrevivem cheios de palavras, ditas ou contidas.
Tudo possui um nome, o nome é a palavra o que o identifica. As leis da Terra
surgem das palavras nas ralações dos grupos sociais.
Moeda, o símbolo da riqueza
material, representa o quanto de palavras contém, pois também antes existe nas palavras,
presença original dos que a determinaram.
Há estudos de linguística
que contam disso, da existência acontecer circundado de um mundo de palavras em
movimento ou adormecidas, que guarda semelhança do conceito de Pitágoras de
tudo serem números.
Destarte, nós,
consciências responsáveis pelas horas presentes na imensa Natureza Mãe,
reelaboramos os universos de acordo com o nível das nossas almas, criadores de
palavras. Trabalhamos conceitos em nós quais os artífices de monótonas repetições
ou das possibilidades criativas, espécies de senhores responsáveis das forjas
divinas do Futuro.
Noutras palavras,
nelas chegamos aos extremos de nossos sonhos.
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