terça-feira, 4 de junho de 2013

Nas tempestades da alma

Há momentos em que a humanidade revela o quanto da divindade impera em nossos organismos pouco conhecidos a ponto de o céu chegar ao chão dos pés e andarmos tontos vagando nas nuvens coloridas de emoção que sacodem o ser, trazendo ao foco dos acontecimentos poder do infinito domínio que jamais imaginamos possuir, mas que precisamos dispor a qualquer preço de equilíbrio, descobrir das entranhas a saúde.

Ninguém cruza, pois, incólume adiante os desafios de mais serenidade nessas horas férteis à paz do sentimento, o que virá lá nos depois, além do horizonte. O valente, o herói, que habita o íntimo do mistério apresenta suas credenciais aos tais desafios das fronteiras onde impera o fragor das batalhas, esse eu caprichoso de explosivas definições no prumo da sobrevivência maior, bem ali defronte dos exércitos de nós, nessa planície plana, solitária, clara, que confrontam, conflagram na guerra do Si Mesmo, a mãe de todas as nossas batalhas, o interior da alma das gentes.

Descomunais vertentes de consciências pedem coerência dos amores perdidos que renasceram para sempre das doces saudades em antigas sensações e perenidade, quando as sementes se achavam eternas e desapareceram da vista, no entanto pelas fases do nascer e morrer, morrer e nascer dos instantes das outras flores que perfumarão as próximas e felizes madrugadas.

Assim, nas horas cálidas de marcas a ferro e fogo que machucam e dilaceram os corações despertam os seres da intensa renovação da ave imortal do Ser Maior que nós, primeiros guerreiros da beleza. Uma espécie de tudo raro preenche multidões andando virgem, silenciosamente, a história da germinação dentro do coração despedaçado. A transformação inevitável impera, com isso, dentro da força viva da paixão de toda a poesia das artes harmoniosas.

E sonhos despertam o ente que já mexe as pálpebras em forma de luz intensa de quais madrugadas posteriores às decepções, ainda molhado no líquido amniótico da crueldade do parto definitivo. Poucos resistiriam a tantas involuções até o dia do reaparecer da grandeza de sermos paridos em meio às dores que restaram esquecidas perante à Felicidade, amanhã... 

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