sábado, 15 de junho de 2013

As pedras e a cidadania

Conta o Evangelho bíblico que Jesus, ao descer o Monte das Oliveiras quando seguia no destino de Jerusalém, onde comemoraria a Páscoa, se viu saudado alegremente pela multidão dos discípulos, que em alta voz começou a louvar a Deus: Bendito é o rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas!

Nisso, ali presentes, incomodados, alguns fariseus disseram ao Divino Mestre que repreendesse os discípulos. Ao que este retrucou: Se eles se calarem, as pedras clamarão. Lucas 19:37-40

Assim também acontece com frequencia nas crises das civilizações. Povos inteiros clamam justiça, enquanto líderes cevados na vontade popular dormem sob o monturo da indiferença, responsáveis, por vezes, por desmandos das administrações do bem público aos seus cuidados.

São milhares os pretextos da propaganda política a iludir incautos. Gastos multimilionários a manter oligarquias falidas nos tronos dourados da fria aridez que fragiliza instituições criadas na intenção de servir ao cidadão. Há déficits enormes desatendidos, contudo velhas aparências ainda enganam.

O clamor de justiça no entanto detém a força do poder quando fracassam as improvisadas tratativas humanas. As populações infelizes saem às ruas nos tempos de necessidades e carências por demais contrariadas. Registros tais demonstram, nos momentos críticos da longa história das sociedades, que religiosidade natural de Lei superior a tudo conduzirá, num trilho de acontecimentos que flui qual rio sem fim.

Palcos armados nas praças refletem a importância das ações coletivas. A tessitura da paz social requer atitude individual, posicionamento claro das ideias e dos valores. Ninguém que esconda de si a realidade perante o mecanismo das horas que vivemos, pois omissão representa algo semelhante ao compromisso dos tolos.

Um princípio definitivo, independente só das vontades individuais, envolve a sequência dos movimentos gerais, e todos nós representamos seus papéis.

Paz no céu e glória nas alturas! 

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