terça-feira, 11 de outubro de 2016

As missas das nove

Sempre nos domingos. Vinha com meu pai e minha mãe à igreja de São Vicente, na Praça Três de Maio. Descíamos de casa de roupa domingueira, olhos acesos naquilo que Padre Frederico iria dizer, ele que se alegrava reservando as primeiras filas do templo às crianças. Cantava de ficar suado e ainda mais vermelho, do alto de seu corpanzil germânico. Ele era a primeira daquelas crianças, inocente e emocionado ao falar em Jesus Menino. A alegria em pessoa.

Espalhados nos demais espaços da nave, os adultos acompanhava o ritual festivo, também ligados nos movimentos do sacerdote. Guardo comigo a certeza de que havia Deus nas missas de Padre Frederico, pela força que circulava no meio daquele povo. Horas tantas de emoção religiosa pareciam querer tomar conta de tudo. Querer maior que o daquela gente enfatiota, dentro de uma religiosidade poderosa. Essa paz que acalma o furor dos dias e traz notícias melhores que emanam dos lugares santos das religiões bem praticadas. Desde que fiéis aos preceitos, estabelecidos sobre bases prudentes, significam paz aos corações que carecem de amor. 

Lembranças das missas das nove em Crato servem, assim, de pouso seguro aos arquivos do passado, quais elementos de reflexão do quanto a infância poderá receber de orientações a mundos espirituais. Apesar do afã dos tempos vorazes, vejo só poucos sinais de procura espiritual na faixa da população infantil. Aonde vão as crianças e os jovens abastecer sua fome e esperança nesse tempo da tecnologia? Inda enxergo pouca qualidade nas telas e nos redutos da moda contemporânea.

Há, isto sim, franquia no coração dos queres que seja preenchido pelo sentimento, alentos de verdade que nasçam logo das expectativas humanas. Mas quando e quem resolver cuidar de Si espera decisão interior de nossas criaturas. Deus persiste junto daqui da humana presença de Paz.

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