quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Ninguém foge de si mesmo

Há essa preocupação nos humanos, de escapar à própria sombra. Corre acima e abaixo, e ela segue de junto feito animal de estimação. Ninguém muda só ao transferir os pés de um chão a outro (Mas a vida não mudava mudando só de lugar, diz Geraldo Vandré na música Ventania).

Nessa era tecnológica de tanta inovação ainda não obtiveram êxitos nisso, de achar subterfúgios onde escondesse a carapuça do remorso. Algumas medicações provocam esquecimento, porém os enganos dia menos dia regressam até mais intensos, quem sabe?

Quer-se rever o planejamento de viver e sumir no oco do mundo, levando, entretanto, consigo marcas de consciência adquiridas nesta ou noutra vida espiritual. Até nisso de fugir por meios espúrios da existência tem limite, igualmente ir-se-á encontrar mesmo noutros rincões do Universo, seja na Terra ou nos céus.

Assim, esse ser acossado da gente conduz o barco do destino através das tantas vidas, acumulados de tantas vivências. O Autor de tudo determina em forma de leis o furor das eras. Trabalha a consecução do objetivo da Salvação dentro de critérios, valores eternos. O freguês busca burlar os ditames e dá de cara com o resultado das ações nefastas.

Contudo sabe considerar o outro lado da moeda, sobremodo quando também bons frutos produz quem abre cedo os olhos da presença e descobre que a justiça funciona também no sentido pertinente. O castigo do vício é o próprio vício; o mérito da virtude é a própria virtude, dizem os sábios. 

Nada existe, por isso, fora do tempo, senhor absoluto da razão. 

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