quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Crise e oportunidade

Àqueles desenhos da escrita chinesa chamam ideogramas. Pois bem, o mesmo ideograma que os chineses utilizam a significar crise também significa oportunidade. Porquanto difíceis, as crises oferecem meios de mudança que transbordam de novas possibilidades. Desgarrar da praia levará ao mar profundo. Sair da flor das águas e achar os recantos íntimos do largo oceano, eis a lei fundamental da coragem de fazer acontecer. Sair, transferir as perspectivas de dentro ao horizonte. Erguer os olhos ao seguimento dos acontecimentos. Deixar ferver de dentro a pressão das transformações quais razão da sobrevivência. 

No entanto raramente essa leitura é feita diante dos dramas humanos. De comum evitar o luto passar a representar apego desesperado aos postulados que o Tempo impõe e disso queremos fugir a todo custo. Há, na aceitação das contingências, o conforto da aceitação, a entrega incondicionada. Passo a passo crescem as estradas, os destinos. E que justificaria o confronto das determinações que impõem só pequenas modificações no fluir das normas?! 

Nietzsche deixa bem claro quando afirma: - Incrível a força que as coisas parecem ter quando têm que acontecer. Por que, então, restringir as ocorrências às próprias determinações, conquanto quase nada do que podemos consta do cardápio do futuro?! Fluir, verbo das horas sem fim.

Igualmente o gosto do inesperado, a riqueza da inspiração dos artistas e gênios. Menos esperar e vem logo a correnteza da história e determina o pulsar dos corações. Demasiados exemplos de casos fortuitos e força maior a todo o momento ocorrem. Ansiedade maior não existe além do instinto de vencer o desconhecido do depois, porém restrita à marca das crises. Daí o imenso poder de respeitar a força dos acontecimentos e a ela prestar reverência. Convicções permitem que seja desse modo, nas fibras do coração. Acrescentar sentimento aos pensamentos e vibrar com emoção o querer do melhor. Viva a fé e o agir com amor!

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