quinta-feira, 18 de junho de 2015

Monsenhor Montenegro

Dia 10 de abril de 2005, um domingo, morria em Crato, por volta das 14h, monsenhor Francisco Holanda Montenegro, sacerdote católico de larga folha de serviços prestados à educação no interior do Nordeste. 

Nascido na cidade cearense de Jucás, a 25 de fevereiro de 1913, filho de Seridião Holanda Montenegro e Almerinda Montenegro, foi responsável pela direção do Colégio Diocesano do Crato durante cinqüenta e dois anos, formando as principais lideranças das gerações que passaram pelas suas mãos, isto dos Estados de Pernambuco, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Ceará.

Membro do Conselho Estadual de Educação do Ceará por dilatado tempo, Monsenhor Montenegro publicou vários livros, dentre esses: As quatro sergipanas, Os quatro luzeiros da Diocese, Monsenhor Rocha, o apóstolo da caridade e Fé em Canudos. Pesquisador emérito, estudou com afinco a vida de Antônio Conselheiro, a história da família Alencar e a vida e a obra do Padre Marcos, expoente dos rincões piauienses, onde viveu a cumprir função civilizadora, tendo seu nome adotado por cidade que ajudou a fundar e desenvolver.

Foi também professor da Faculdade de Filosofia do Crato e membro do Conselho Estadual de Educação do Ceará, desempenhando sempre com amor atribuições nele depositadas. Era membro do Instituto Cultural do Cariri, em Crato, titular da cadeira no. 9, cujo patrono é Dom Francisco de Assis Pires, após defender tese sobre monsenhor Rubens Gondim Lóssio, seu anterior ocupante.

Escolheu o Cariri para o exercício do seu apostolado, onde hoje desfruta da fama que bem produziu, residindo no sopé da Serra do Araripe longa data junto de capela que ele mesmo construiu, ali efetivando trabalho de catequese, orientando fiéis, cumprindo seus deveres de ofício, encetou pesquisas e escreveu, de vitalidade admirável pelo tanto quanto se dedicou à lides educacionais.

Pessoa das mais distintas, Montenegro houve-se como poucos na faina de formar caracteres para a sociedade, conduzindo-os dentro de padrões éticos e morais apreciáveis, lembrança reconhecida na alma dos muitos que vieram ao Cariri neste período de tocante despedida, ex-alunos e amigos sensibilizados diante da perda.

As instituições que hoje assinalam o universo respeitável da cultura caririense guardam estreitas relações com o trabalho tão bem desenvolvido pelo Monsenhor Montenegro, figura ímpar de personalidade forte, dotado de carisma e simpatia fáceis, cheia de valores morais e intelectuais indiscutíveis.

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