terça-feira, 9 de junho de 2015

Aonde nos levam as palavras

Os polinésios, povo que conquistou o Oceano Pacífico em passado remoto, liam a existência de outras ilhas ainda que distantes através das ondas do mar que lhes batiam nas praias. Desenvolveram, então, sistema de localização de novas terras suficiente a viajarem milhares e milhares de quilômetros até chegar ao destino, isto por meio dessa leitura intuitiva e profunda. Algo semelhante, no campo das vibrações das energias que cercam a todos, às palavras ditas e jogadas ao vento, ondas que vagam no ar das consciências de certeza com a finalidade extrema de mostrar os caminhos pertinentes da libertação. Há tantas palavras perdidas nesse mar de sentidos que existiria destino aberto que aguarda leitores e ouvintes de vistas acesas, porquanto em tudo persiste a coerência natural dos fenômenos. No tal procedimento, restariam, tão só, os valores da interpretação do quanto se escuta, no intuito de obter finalidade.

Mar aberto de compreensão habita, pois, o setor interno das criaturas humanas. Fruto da cultura e do aprimoramento dos gestos, infinitos oceanos e ilhas restam a conquistar dentro da própria existência pessoal, porquanto ninguém preenche sozinho o território das vivências. Dorme por debaixo dos travesseiros da história a fortuna monumental das pedras preciosas de resolver mistérios em proporção bem maior do que suportaria o pensamento calcular durante vidas inteiras.

A herança cultural da Humanidade dispõe desse poder incalculável de transformação ainda desconhecido da grande maioria dos habitantes do chão. Educar contém tal poder de usufruir desse patrimônio a olhos abertos desde que dominado e transmitido com a força da sabedoria. 

No entanto insistem muitos em dormir sobre glórias frágeis do prazer, anos e séculos sucessivos, determinados, quiçá, receber mais de mãos beijadas o que lhes vem aos pés nas ondas incansáveis desse mar de civilização, escravos de dolorosa acomodação. 

As palavras dizem e poucos ouvem, no som das trombetas que despertarão os arautos dos dias brilhantes do futuro em forma de Salvação verdadeira.

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