sábado, 29 de novembro de 2014

As mazelas do Estado neoliberal

Diante das complexas relações sociais, à medida que cresciam grupamentos humanos, surgiu o Estado politicamente organizado, essa macroestrutura que agora a tudo domina, vira ente de tentáculos infalíveis pelo mundo inteiro, monstro Leviatã, na concepção do filósofo político Thomas Hobbes; o Grande Irmão, no livro 1984, de George Orwell. 

E aqui vamos de goela abaixo, nós da sociedade civil, a defrontar essa entidade maior que a vontade coletiva que coordena e, por vezes sem conta, trai seus ideais e reais objetivos, hoje classificada em duas vertentes vagas de corrente liberal e corrente marxista, ora em desuso, pois estas vêm sendo substituídas pelo conceito de Estado híbrido, da China ao Canadá, após a sociedade globalizada e economia de escala, numa espécie de mutação genética classificada por Estado neoliberal, bicho de dentes afiados e dominador absoluto das relações da sociedade mundial. 

O cidadão, este se acha sendo reduzido de importância a ponto de descartar a força que teria se houvesse, ao tempo certo, exercitado a consciência políticossocial descartada há séculos (Se o elefante soubesse da força de que tem o leão não seria o rei dos animais, já falaram os sonhos, mas antigamente).

A figura do contribuinte restou esquecida, desprezada, ela, a famosa mantenedora da farra descomunal do que fazem os vilões daquilo que pagara com impostos e taxas, obediência e subserviência à Lei, desejos e desencantos ao bem-estar pessoal e de todos. Refém das próprias instituições que criara, o contribuinte amarga ondas sucessivas de malversação do dinheiro público através das instituições do Estado, pai e gestor, numa espécie de atuação de apenado nos próprios domínios, sem quaisquer instrumentos mais que surtam o efeito de conter a sanha avassaladora dos grupos ilegítimos parasitários das estruturas criadas a fim de preservar os direitos da cidadania. Após os turnos eleitorais repetitivos, grupos de poder invadem as artérias financeiras da engrenagem social e sugam gota a gota o sangue precioso dos erários quais males atávicos, vampiros das massas humanas.

Nisso, aquelas aspirações institucionais de interagir e refrear a sanha totalitária do Estado conspiram e se voltam contra seu criador original, o Povo, sumindo na irresponsabilidade, isto dentro dos movimentos populares, associações culturais, filantrópicas, empresas,  igrejas, clubes sociais, associações de classe, escolas, até sindicatos, de quem se esperou muito mais no decorrer da história, hajam vistas suas intenções justas iniciais, depois abandonadas ao sabor dos prazeres lupanares do imperialismo atávico que ainda claudicante no seio da raça humana.    

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