terça-feira, 9 de setembro de 2014

Coragem moral

Ou a dignidade, essa boa fé que justifica viver neste mundo em paz consigo mesmo. Se não, a que se está aqui?... Profissões, fama, riquezas, informações guardadas, tudo o mais que perde o sentido quando some o valor pleno da dignidade face as razões da existência. Postular cargos, destaques, conduzir multidões, reunir patrimônio, são motivos pequenos diante da ordem natural que rege os acontecimentos deste chão. Correr atrás de ilusões pode explicar só enquanto a realidade permanecer à sombra dos dias. A poeira das circunstâncias humana, no entanto, demonstra claramente o nada de vender a alma ao preço das vaidades, pura perda de tempo, energia, saúde, juventude e oportunidade. 

Ainda assim, a ausência de sentido sujeita toldar de cinza os projetos sucessivos das pessoas, devido àquela tendência de passar nos cobres a essência de existir, submissos aos instintos imediatos, vítimas da facilidade em trocar por lentilhas o trato bom da verdade absoluta qual instrumento de busca da Perfeição. Poucos, talvez raros, demonstram compreender a urgência de conhecimento verdadeiro na prática das realizações individuais. Largam aos pedaços a juventude nas baladas e nos vícios, abandonado bestialismo que, de perto, acompanha o séquito dos desavisados.

Conquanto as respostas rasguem os olhos de gerações e gerações face aos frutos estragados que produziram as histórias melancólicas, inúmeros batem cabeça no erro. Padecem da teimosia de representar papeis secundários, esquecidos da possibilidade dos papeis principais, nos palcos das jornadas pessoais.

Nisso, o que bem caracterizaria crescimento evolutivo nesta escola do tempo, haverá inestimável infinito maravilhoso na Criação que vira mero prejuízo de irresponsabilidades e satisfações indiferentes.   

Quanto ao preço de ser digno se pagará, sim, pois este lugar provisório onde ora habitamos impõe condições por vezes extremas, dados limites da pequenez relativa das sementes que nascem com esforço. Isso lembra frase de  de Castro Alves, quando diz: Que sou pequeno, — mas só fito os Andes... E adiante persistirá sempre sol no caminho de quem aceita de viver com Dignidade as honras de ser feliz.

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