quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Cenário crítico mundial

Houve um tempo, na história da humanidade, em que o idealismo prevalecia na firme intenção de resguardar a oportunidade de pôr em prática sonhos alimentados por filósofos e autores românticos, em modos e formas de governo apreciados como os melhores petiscos do cardápio político. 

Agora, no entanto, as coisas tornaram-se adversas nos planos internacionais das administrações dos Estados poderosos, quando a melhor idéia passou a pretender controlar só os planos econômicos, por meio da prevenção dos moldes sociais, sobretudo nos países atrasados e submetidos a duras penas. Os ricos deixaram de fomentar governos democráticos, sob o pretexto de que há uma ameaça pairando no ar, modelos bem adequados aos tempos sombrios dos regimes totalitários dos anos 30.

Quer-se ver diferente do que insistem os senhores ditadores ricos dos G-8, porém a coisa cresce em proporções jamais adotadas noutras épocas e o que se tem são tropas de elite invasoras dos territórios de rico subsolo, comprimindo a válvula da tolerância coletiva às raias do que é o terrorismo avassalador e covarde. 

Outro quadro sintomático do nível de revolta que se expande nos dias presentes são os constantes atentados verificados no Iraque ocupado. Aquilo que haveria de ser apenas um passeio pelas águas da Mesopotâmia reverteu-se numa guerra suja de resultados inavaliáveis, marca delituosa dos métodos capitalistas de resolver questões particulares em solo estrangeiro em desrespeito flagrante pela cultura e história daqueles povos marginalizados em face da superioridade bélica adversa.

Até as respostas dadas pelos costumes libertários da nação americana, construídos tornam-se gestos panfletários isentos de maiores reações ou mobilizações da mídia e da população, ora ocupada em sobreviver em bases competitivas. Valores adquiridos nos tempos heroicos da Revolução Americana e da Guerra da Secessão, confirmados pelas vitórias nas duas Grandes Guerras, revertem-se no pânico crônico de defesa fomentado pelas lideranças preocupadas em manter o patrimônio ocidental da riqueza. No mesmo passo, as ações suicidas dos árabes injustiçados indicam componente de tristes expectativas futuras, beirando os trágicos acontecimentos das Cruzadas, em que cristãos e mouros se dilapidaram sob traumáticas situações intermináveis.

Um espírito conciliador de líder autêntico e fiel aos pressupostos da dignidade universal carece de vir ao centro desse trágico cenário, reformulando as teses de defesa da diplomacia em xeque, apondo nova ética aos padrões verificados. 

Antes que isso ocorra, a imprensa mundial mostra ao fastio as dezenas de mortes diárias de trabalhadores e populares, jogo absurdo de memória infame, para descrédito de todas as possíveis virtudes que geraram a civilização humana que até aqui se formou na sombra da paz no Planeta. 

(Foto: Jackson Bola Bantim).

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