sexta-feira, 25 de julho de 2014

Madeireiros versus Marina Silva

Quem descrer dos temas apocalípticos não perde por esperar, porquanto a fome da madeira ronda os mercados mundiais com um apetite jamais imaginado, sobretudo nos países ditos ricos, os que têm a goela dilatada pela ganância imperialista e dormem debaixo dos escombros do que eles mesmos destruiriam; acumularam capitais dos botins das vitórias nos séculos sem fim da vileza. 

Falava isto quando saía Marina Silva do governo Luiz Inácio da Silva, logo eu que achava a máquina nacional conivente e as políticas governamentais pálidas para conter a destruição do pouco que resta das florestas, considerando a realidade do que, há poucos anos, presenciei das agressões no serrado maranhense, no Tocantins e no Pará, diante da febre da soja e do nelore. 

Sempre reclamei de que uma administração progressista deveria um tanto na contenção dos desmandos ecológicos, nesta era de pouco respeito ao assunto, quando inúmeros aventureiros se lançam de bandeiras em punho, nos bares e nas praças, a pedir justiça verde, inconformados pelo pouco ou nenhum resultado das campanhas editoriais encetadas nos gabinetes de Brasília e nos quadros das televisões, nos programas matinais dos fins de semana. Esse alarido postiço nos murais das escolas precisa de autenticidade, revirar de mesas nos salões das festas. Menos teoria e melhores práticas. 

E a Ministra. que vencera algumas batalhas, reduzira em alguns dez por cento a eliminação da natureza, a troco de seis anos de aborrecimentos e perseguição, sinais de pouca preocupação objetiva daquilo que se pretende como um todo generalizado. Uma voz perdida na multidão (?) dos interesses economicistas dos planos nacionais e das expectativas de vencer as demandas. Porém os empresários da madeira não dormem. Os tratores não silenciam. Os rebanhos comem a soja para alimentar a os ocidentais, herméticos e silenciosos em seus apartamentos de luxo e sua dureza de coração. 

O palco perdeu alguém que dispunha da coragem de segurar a barra, disto sei. Do tipo de que sei quão mudada se reverterá a superfície do Planeta, no Brasil, após a eliminação das últimas espécies de árvores no intestino daqueles que adoram o deus da ilusão e agridem a natureza em face do sentimento esquisito de impotência por conta da ignorância da coletividade comum. 

A geração de hoje haverá de plantar os pomares de dois séculos adiante, caso pretenda preservar a existência da vida na Terra, quero assim concluir. Mãos à obra, pois! Hora boa de, ao menos, falar, quando larga o trem um dos seus fieis passageiros, que lutou a fim de contar os desmandos da farra madeireira que ronda o resto de vegetação nas periferias adormecidas.

Um comentário:

  1. Poucos são os nossos representantes que pensam que país vão deixar para as gerações futuras.

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