quinta-feira, 3 de julho de 2014

Há uma explosão dormindo dentro do peito

A disposição de aceitar as circunstâncias de existir por vezes nos traz saber o tanto de possibilidades infinitas que moram lá dentro da alma, fúria contida de sobreviver apenas todo momento, invés de crescer nos cascos e avançar de encontro ao definitivo dos lugares terminados. Essa sede do absoluto que contém o pouco espaço de nós parece, pois, querer falar além das palavras, sentimentos monumentais maiores que cascatas de luz que descem dos céus e clareia as horas e deságuam nos trilhos deste chão de expectativas.


Tal força poderosa de o presente insistir dominar a certeza de existir alimenta, no meio da imensidão e nos detalhes mínimos, o quadro universal das paisagens reunidas em horizontes exclusivos e a tudo superiores.

Nisso, a gente se pega olhando o teto vazio da solidão e para, quase tangido pelas grades imbatíveis da cena de onde vivemos, à busca das réstias do Sol que indiquem as saídas desejadas. Bichos acuados entre cascalhos e ausências andam impacientes nos círculos repetitivos de manter a musculatura em ordem a fim de retornar aos passos adormecidos dentro do coração.

Horas guardadas de apreensões e expectativas por isso constrangem o que seriam personalidades, caracteres, autenticidades, espécie de guerreiro vencido na luta de si próprio. Saudades em forma de gente. Enquanto o ar insiste penetrar as narinas e visitar a malha física do ser, um pássaro que voa de olhos insones, asas resistentes que fustigam a vidraça do tempo em camadas sucessivas de repetição inevitável, perguntando pelas portas abertas da felicidade.

São rasgos de lucidez a gritar bem alto, náuseas contundentes da existência, durante o desenrolar dos instantes das aberturas da continuidade, poças de verdades e coragem de continuar. 

Assim, diante da pulsação da máquina imortal desta vida invisível que seguirá silenciosa os passos do destino, exércitos marcham céleres pelas madrugadas, blocos de consciências em ebulição.  

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