quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Globalização e regionalidade


Época recente, segunda metade do século XX, e os meios de comunicação de massa invadiram o mundo. A indústria passou a produzir em série os bens simbólicos através das usinas de massa, com isso pondo por terra quaisquer chances de preservar a autenticidade no que tange às culturas milenares locais.

Atraente, belo, correto, passou a ser só o que vem lá fora, de chicletes a automóveis, brinquedos eletrônicos, perfumes, alimentos exóticos, frutas, moda, esportes, lutas, o escambau a quatro. As máquinas viraram moeda de troca cultural dominante, no imperialismo do comércio das consciências.

Filmes, livros, peças de teatro, discos, tudo enfim peso pesado no exterior, mandado através do rádio, da televisão, das editorias dos jornais, salas de cinema, numa profusão monumental de invasão estrangeira que deixa tonta a sucessão dos países menos poderosos nesse contexto de elaboração dos produtos culturais.

O esforço dos estados pobres do ponto de vista econômico financeiro quase nem conta mais nos mercados da oferta deste tempo sem paredes. Isso tudo, por conseguinte, que gera dois efeitos bem perceptíveis: De um dos lados, a expansão da pesquisa e da educação progrediram com intensidade jamais vista, partilhando os preciosos resultados da ciência para gregos e troianos, russos e americanos, africanos e nórdicos. Por outro, há colonização intensa das matrizes originais da imaginação desses povos vencidos, setelitizados em troca da dominação imposta de cima para baixo pela força do lucro das corporações, independente de critérios universais, inseridas no campo internacional da política.

Sem que considere a estética e a herança particular das tantas e inéditas regiões humanas em seus países distantes ou próximos, a cultura de massa as tritura com a lâmina de aço dos produtores invasivos o que desconhece nos planos de invasão, peças de manobra que se tornaram os elementos da riqueza individual dos grupos humanos esquecidos e pouco integrados nessa estética nova da massificação.

A regionalidade, mãe daqueles traços originais das civilizações autóctones, perdeu energia e descai numa velocidade estonteante, prova incômoda do abandono da criatividade e dos poderes esquecidos nas fontes regionais, qual em fins de eras, sobretudo agora sob o impulso das máquinas de conhecimento da televisão e da internet. Algo assim equivalente à robotização humana que quer anular os indícios de alternativas pessoais à epopeia da raça, porém na forma do maior dos desafios já vividos em qualquer tempo. 

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